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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A América não foi descoberta, foi invadida e saqueada


“Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos, outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial.

Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos. Na alquimia colonial e neo-colonial, o ouro se transformou em sucata e os alimentos se convertem em veneno. Potosí, Zacatecas e Ouro Preto caíram de ponta do cimo dos esplendores dos metais preciosos no fundo buraco dos filões vazios, e a ruína foi o destino do pampa chileno do salitre e da selva amazônica da borracha; o nordeste açucareiro do Brasil, as matas argentinas de quebrachos ou alguns povoados petrolíferos de Maracaibo têm dolorosas razões para crer na mortalidade das fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa.

A chuva que irriga os centros do poder imperialista afoga os vastos subúrbios do sistema. Do mesmo modo, e simetricamente, o bem-estar de nossas classes dominantes – dominantes para dentro, dominados para fora – é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga”.

Por Don Eduardo Galeano em As Veias Abertas da América Latina. 

Refletindo...


No Rede Esgoto de televisão

Por que motivo temos que ser bons?


Uma sociedade cujo projeto de formação humana se baseia principalmente na punição e no castigo, impede o livre desenvolvimento da consciência.

O medo da punição não educa. Só produz uma sociedade de covardes ou recebe a própria violência (que supõe querer sanar) como resposta.

No Sociedade Sem Prisões

JUSTIÇA AUTORIZA PERMANÊNCIA DE ÍNDIOS GUARANI-KAIOWÁ EM FAZENDA NO MS


Justiça autoriza permanência de índios Guarani-Kaiowá em fazenda no MS

Da Carta Capital, com informações da Agência Brasil

A desembargadora Cecilia Mello, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), suspendeu nesta terça-feira 30 o agravo de instrumento que determinava a retirada da comunidade Pyelito Kue, formada por 170 índios da etnia Guarani-Kaiowá da fazenda Cambará, em Iguatemi, região sul do Mato Grosso do Sul, onde está acampada há mais de um ano. Com a decisão, a desembargadora cancela a saída dos índios, determinada por um juiz da 1ª Vara Federal em Naviraí (MS), até que seja finalizado o processo de demarcação das reservas indígenas na região.

Em sua decisão, a magistrada determina que os índios devem ficar num espaço de um hectare (10 mil metros quadrados), até o término da demarcação das terras na região. “Os índios devem ficar exatamente onde estão agrupados, com a ressalva de que não
podem estender o espaço a eles reservado em nenhuma hipótese”, diz a desembargadora. “Os índios não devem impedir a livre circulação de pessoas e bens no interior da Fazenda Cambará, tampouco estender plantações, praticar a caça de animais na fazenda e, ainda, desmatar áreas verdes consistentes em Reserva Legal”. Segundo a desembargadora, será obrigação da Fundação Nacional do Índio (Funai), que entrou com o recurso, garantir que os índios respeitem a decisão judicial.

A desembargadora fez duras críticas ao poder público em sua decisão. Cecilia Mello afirmou que a demora na demarcação é uma omissão do governo que “obriga o Poder Judiciário a emitir decisões impregnadas de cunho social”. “O que se apresenta é
um conflito de relevância social indiscutível e não um embate sobre meros interesses contrapostos, não sendo competência do
Poder Judiciário substituir o Estado para prover as necessidades de um segmento da população que não foi atendido
pela falta de implantação de políticas públicas específicas”, afirmou a desembargadora.

A magistrada baseou sua decisão em diversos fatos, entre eles o de que “os indígenas se encontram em situação de penúria e de falta de assistência e, em razão do vínculo que mantêm com a terra que crêem ser sua, colocam a própria vida em risco e como escudo para a defesa de sua cultura”. Segundo a desembargadora, há notícias críveis de que a comunidade Pyelito Kue “resistirá até a morte”.

Confira a íntegra da decisão do TRF 3

Além do recurso feito pela Funai, havia no TRF 3 um outro recurso, ajuizado pelo Ministério Público Federal em 16 de outubro, antes do assunto ganhar ampla repercussão, inclusive internacional, devido à interpretação de que os guaranis kaiowás estariam dispostos a se suicidar coletivamente em protesto contra a decisão judicial. Em carta endereçada ao governo e à Justiça brasileira, os líderes da comunidade falam em “morte coletiva” ao se referir aos possíveis efeitos da decisão da Justiça Federal. E revelam que o grupo já perdeu a esperança de sobreviver “dignamente e sem violência” na área onde afirmam estar enterrados seus antepassados.

“Moramos na margem do Rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo […]. E decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos”, narram os índios na carta.

Via Mingau de Aço 

Sete segredos e uma pergunta que a grande imprensa esconde

É possível colher informações úteis na grande imprensa e aproveitar ideias esclarecedoras que são apresentadas por alguns analistas. Mas, são exceções. Além de não praticarem o jornalismo objetivo e investigativo, no geral, a grande imprensa e os “grandes especialistas” fazem das tripas coração para ocultar do público fatos e ideias que não lhes convém divulgar.

1. Numa conversa de “alto nível” nas emissoras de TV, ninguém quer ser um desmancha prazer. Afirmar que a eleição presidencial de 2014 está decidida seria o mesmo que falar um palavrão na frente da garotada. No entanto, é óbvio que a presidenta Dilma Roussef, que já era franca favorita, saiu da campanha eleitoral mais favorita ainda, posto que os três principais partidos da base governista – PT, PMDB e PSB – governam agora, nos municípios, 65 milhões de eleitores, contra minguados 25 milhões dos dois principais partidos de oposição (PSDB e DEM).

2. Silêncio! Falar ou escrever que a oposição se escondeu como um bichinho acuado seria o mesmo que soltar o diabo no meio da procissão. No entanto, é óbvio que a oposição não pôde se apresentar como tal. Nenhum candidato ou partido oposicionista (?) ousou falar contra o governo Dilma. Esconderam-se, ao contrário dos candidatos e partidos da situação que faziam questão de ostentar sua posição política pró-governo. Não queriam cair em desgraça. Falaram, quando muito, contra o partido da presidenta, agitando com o Mensalão, num tipo de discurso que explora o que há de mais atrasado na cultura política nacional que é a posição antipartido em geral. José Serra repetiu o tempo todo, como se fosse um achado literário, a vulgar expressão “a turma do PT” para se referir ao partido do governo. Ora, em 2014, será a própria chefia do executivo federal que estará em disputa. O que é que a oposição dirá ao eleitorado? Vai remendar a bandeira rota do mensalão? Vai se apresentar como continuadora do Governo Dilma? Nesse caso, apenas reforçarão a tendência da grande maioria do eleitorado em votar na reeleição da presidenta.

3. Falar que a agitação em torno do Mensalão e a exploração da homofobia evidenciam a inviabilidade eleitoral do programa político real da oposição, nem pensar! Seria atrapalhar a democracia que exige a “alternância no poder” – sempre que o poder não agrada a grande imprensa, claro. No entanto, se o PSDB confinou-se no discurso moralista contra a corrupção e na exploração do preconceito homofóbico é porque o seu programa real, que é um programa neoliberal ortodoxo, está em crise em toda América Latina e cada vez mais desmoralizado na Europa. Onde encontrar o programa real, e não o programa retórico, do PSDB?

Nas manifestações dos seus cardeais, deputados, economistas e intelectuais no dia-a-dia da luta política e, no mais das vezes, voltadas para um público restrito. Os tucanos vituperam contra a recuperação do salário mínimo – ameaçaria a previdência e a estabilidade da moeda, contra os programas de transferência de renda – o Bolsa Família não teria “porta de saída”…, contra as quotas sociais e raciais – ameaçariam o justo critério meritocrático e a unidade nacional…, contra o “protecionismo” para a produção industrial local – criaria cartórios…, contra a redução dos juros – esse desatino que nos afasta do famigerado centro da meta de inflação, a política de investimentos do BNDES etc. etc. Convenhamos que essas belas ideias, se reunidas num só pacote e apresentadas ao grande público, são a senha certa para o fiasco eleitoral. Melhor mesmo ficar na agitação contra a corrupção – dos outros partidos, é claro…

4. E Aécio Neves, a estrela ascendente do estagnado PSDB? Pegaria mal chamar atenção para o fato de que as “suas grandes vitórias” nas eleições municipais consistiram em eleger candidatos a prefeito pertencentes a um partido da base governista – o PSB – e não candidatos oposicionistas do próprio PSDB? Aécio foi a Campinas fazer comício para o candidato vitorioso Jonas Donizette, mas a propaganda desse último fazia questão de ostentar sua condição de apoiador da presidenta Dilma e de manter distância do partido de Aécio. Donizete entoava nas rádios campineiras jingles enaltecendo o governo e a figura da presidenta Dilma, nada de elogio ao tucanato. Essa foi uma das “vitórias” que Aécio organizou para a “oposição”!

5. Falar que a maioria definiu o voto politicamente seria cometer o pecado mortal de valorizar a vitória dos candidatos odiados pela grande imprensa e pelos “grandes especialistas”. No entanto, se a população votou em nomes desconhecidos, como o de Fernando Haddad em São Paulo, não seria, justamente, porque usou como critério para definir o voto o campo político que esse nome, até então desconhecido, representava? Carisma de Lula? Mas, além de ninguém saber ao certo o que poderia significar “carisma”, a grande imprensa e os “grandes especialistas” sempre disseram que carisma não se transfere… E o “conceito” de “poste”? Vale lembrar que a expressão foi muito usada na época da ditadura militar para indicar o seguinte: a maioria sufraga os nomes, conhecidos ou não, que se declarem contra a ditadura, isto é, o voto em “poste”, como foi dito da candidatura senatorial vitoriosa de Orestes Quércia em 1974, era – corretamente – avaliado como um voto politizado, e não como voto personalista. Mudaram-se os tempos, mudaram-se os interesses, mudaram-se, sem pejo, os conceitos.

6. Seria falta de modos perguntar, numa mesa redonda de um canal qualquer de TV, quantas vezes a antiga UDN, à qual o PSDB se parece cada vez mais, derrotou o varguismo agitando a bandeira da luta contra a corrupção? José Serra, depois de obter 78% dos votos nos Jardins, o bairro onde reside a alta burguesia paulistana, e míseros 16% no proletário bairro de Parelheiros, terá, a exemplo do candidato presidencial udenista, o Brigadeiro Eduardo Gomes, a franqueza e a resignação para desdenhar os votos dos “marmiteiros”?

7. Nas mesas redondas, quadradas e retangulares montadas pelas emissoras de TV, não se diz nada que extrapole a alternativa PT/PSDB; mas, esperar uma discussão sobre a possibilidade de acumulação de forças de um programa político popular, alternativo ao programa do governo atual, seria iludir-se quanto à natureza de classe da grande imprensa e dos “grandes especialistas”.

8. Onde se pode ler, ver e ouvir mais bobagens, abobrinhas e ideias repletas de segundas intenções? Nos jornalismo político, no jornalismo econômico, no cultural ou na imprensa esportiva?


Por Armando Boito Júnior [Professor do Departamento de Ciência Política – Unicamp]

No Escrevinhador, BLOG DO SARAIVA - Via TERRA BRASILIS

terça-feira, 30 de outubro de 2012

E tu, onde malhas?



Rede Esgoto de televisão

É sempre assim


Na Rede Esgoto de televisão

Acidente vascular cerebral é a doença que mais mata no Brasil



Da Agência Brasil

Brasília - O acidente vascular cerebral (AVC) é uma a doença que mais mata no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes pelo AVC chega a quase 100 mil pessoas. Em 2000 foram 84.713 óbitos, passando para 99.726 em 2010.

Hoje (29), no Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC) é importante ressaltar os cuidados que devem ser adotados para a prevenção da doença: controle da pressão arterial, da taxa de glicose no sangue e do colesterol. Além disso, é necessário manter uma dieta balanceada, fazer exercícios físicos, fumar e ingerir bebidas alcoólicas.

A neurologista da Academia Brasileira de Neurologia, Gisele Sampaio, disse que se medidas saudáveis forem adotadas as chances de se ter um AVC ou qualquer outra doença relacionada aos fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo são mínimas. "Além de obter hábitos mais saudáveis, é importante fazer um companhamento médico regular. Caso os sintomas sejam identificados, procure um atendimento médico o mais rápido possível", alertou.

Para diminuir a mortalidade e ampliar a assistência das vítimas do AVC, o Ministério da Saúde investirá até 2014 R$ 437 milhões no Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Também serão investidos recursos na incorporação e oferta do medicamento usados no tratamento. No Brasil, mais de 200 hospitais estão preparados para atender pacientes com AVC.

Edição: Aécio Amado

Via Dag Vulpi 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Professores, façam-se respeitar

Eu já critiquei este cidadão aqui neste blog, Luis Carlos Prates é polêmico é reacionário, é simpatizante da direita. Tudo bem, é. Porém, é uma mente pensante, é um avaliador da realidade deste país, um observador do seu tempo e há ocasiões em que temos que concordar com suas indignações. Desta vez Luiz Carlos Prates grita em prol dos professores. Façam-se respeitar". Um alerta para a classe não se curvar e quebrar os grilhões da escravidão.
Vale a pena conferir.
 

SILAS MALAFAIA - OS PERDEDORES EM SÃO PAULO - No. 2


Representante do atraso e porta voz de mensagem preconceituosa e pseudo-moralista, o senhor Silas Malafaia perde mais uma eleição. Malafaia pode ser bom de "dízimo" mas é ruim de voto.


Via BLOG DO SARAIVA 

domingo, 28 de outubro de 2012

Em sua primeira eleição, Haddad vai de 3% à vitória, a exemplo de Dilma

Ex-ministro da Educação durante os governos Lula e Dilma, o prefeito eleito de São Paulo tinha 3% no Ibope em maio. Acabou saindo do 6º lugar para superar, nas urnas, um candidato bem mais rodado, porém desgastado
Por: Raimundo Oliveira, da Rede Brasil Atual

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad, que ocupou a pasta entre julho de 2005 e janeiro de 2012, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, é filiado ao PT desde 1983 e esta é a primeira eleição de sua vida pública. Antes desta campanha, as únicas experiências em urnas foram na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na capital, quando cursava o terceiro ano e foi eleito vice-presidente do Centro Acadêmico 11 de Agosto em uma chapa encabeçada pelo jornalista Eugenio Bucci. No ano seguinte foi o presidente. Indicado por Lula para disputar a prefeitura paulistana, Haddad apareceu com apenas 3% das intenções de voto na primeira pesquisa, divulgada em maio pelo Ibope.

Para comparação, o adversário a ser batido então despontava com quase 40% das sondagens. Aos 70 anos, José Serra (PSDB) já havia disputado nove eleições, tendo vencido duas para deputado, uma para senador, uma para governador e uma para prefeito; e perdido duas à Presidência da República e outras duas à prefeitura – agora três, sendo que na reta final comportou-se mais como franco-atirador, interessado em preservar, para os que vierem depois dele, o que há de rejeição ao PT. Haddad estava ainda atrás de Paulinho da Força (PDT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS), Netinho de Paula (PCdoB) e Celso Russomano (PRB).

Nestes cinco meses o intelectual com sólida carreira acadêmica, e tido como gestor eficiente à frente do Ministério da Educação, foi perdendo o acanhamento e a falta de traquejo em campanha eleitoral e no corpo a corpo com os eleitores, ganhando pontos nas pesquisas, pedidos de autógrafo e também de fotografias junto a moradores durante comícios e caminhadas. O Haddad que teve seu nome exposto nas urnas eletrônicas do maior colégio eleitoral do país, neste domingo é, pelo menos um pouco, diferente daquele dos 3% que mal tinha companhia de militantes nas andanças pela cidade e era bastante desconhecido dos eleitores, principalmente da periferia. 

Paulistano, nasceu no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro, em 1963, e cresceu no bairro Planalto Paulista. Aos 18 anos entrou para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). Também na USP, fez mestrado em Economia e doutorado em Filosofia. Filho de Khalil Haddad, libanês que deixou seu país com 22 anos de idade e imigrou para São Paulo em 1947, e de Norma Thereza Goussain Haddad, filha de libaneses, Fernando é o único homem entre as irmãs Priscila e Lúcia, uma mais velha e outra mais nova do que ele.

O pai era camponês no Líbano e estudou até os oito anos. Quando veio para São Paulo foi trabalhar como atacadista de tecidos na rua 25 de Março e depois de 11 anos no Brasil casou-se com Thereza. A mãe formou-se no curso de Magistério no Liceu Pasteur, onde aprendeu francês. Ela se casou com 20 anos e foi ser dona de casa. Encheu as estantes com as principais enciclopédias do mercado na época e fez de tudo para garantir boa educação aos filhos.

Haddad fez o ensino básico no Ateneu Ricardo Nunes e o secundário no Colégio Bandeirantes e sonhava em ser engenheiro. Mas acabou trocando os cálculos pelos códigos de leis quando seu pai perdeu a casa ao se ver envolvido por um golpe de um estelionatário. A difícil situação da família fez Haddad  prometer a si mesmo que não queria passar por uma situação similar. “O caminho para isso dava no Largo de São Francisco, onde se encontra a velha Academia de Direito. E para lá eu fui.” Em 1988, depois de formado e aos 25 anos casou-se com a dentista Ana Estela Haddad. Quatro anos depois o casal teve o primeiro filho, Frederico. Em 2000 nasceu Ana Carolina.

Atuou em incorporação e construção civil, foi analista de investimento, professor no Departamento de Ciência Política na USP, consultor na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Nesse ínterim, em 1997, a família se desfez do negócio mantido na Rua 25 de Março, por conta de problemas de saúde do pai.

Em 2001, convidado por João Sayad, então secretário de Finanças na Prefeitura de São Paulo na administração de Marta Suplicy, Haddad, assume a chefia de gabinete da Secretaria. Trabalhou na estratégia de escalonamento dos débitos junto aos credores e ajudou a organizar as finanças municipais, o que permitiria a retomada da capacidade de investimento depois de dois anos de mandato. Em 2003, deixou a prefeitura para se tornar assessor especial no Ministério do Planejamento, sob o comando do então ministro Guido Mantega, atual ministro da Fazenda.

Em 2004 assumiu o posto de secretário-executivo no Ministério da Educação – função logo abaixo da do ministro na hierarquia do órgão, então comandado por Tarso Genro, atual governador do Rio Grande do Sul. Na verdade, ministro responde pelo comando político na estrutura de um ministério; e secretário-executivo responde pela gestão operacional. Haddad estava para Genro como Dilma, chefe da Casa Civil, estava para o então presidente Lula.

Com a ida de Tarso Genro para o Ministério da Justiça, em 2005, Haddad assumiu o comando da Educação.

Ali criou o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que atendeu a mais de 1 milhão de estudantes desde que foi implementado, em 2005, até o segundo semestre de 2012, e a maioria (67%) com bolsa de estudo integral. No período em que Haddad esteve no ministério, as vagas no ensino superior público federal passaram de 139,9 mil em para 218,2 mil, foram criados 126 campus universitários federais, 214 escolas técnicas e 587 polos de educação à distância. O número de formandos cresceu 195% nos últimos dez anos. Haddad foi um dos poucos ministros da era Lula mantido pela presidenta Dilma, eleita em 2010. Só deixou o posto no início deste ano para participar da disputa pela sucessão paulistana.

Via BLOG DO SARAIVA 

ASSIM CAMINHA A MÚSICA BRASILEIRA

Via Rede Esgoto de televisão

Lula lembra 10 anos de governo do PT



"Amanhã está fazendo dez anos que ganhamos a eleição, lembra?", foi logo me dizendo o ex-presidente Lula quando liguei para ele na manhã desta sexta-feira (26) para cumprimentá-lo pelo seu aniversário.
O tempo corre tão depressa que já não me lembrava direito daquele 27 de outubro de 2002, quando Lula comemorou no mesmo dia o seu aniversário e a vitória nas eleições para presidente da República.

Como estamos novamente na antevéspera de uma eleição, Lula desistiu de fazer neste sábado, em que completa 67 anos, uma comemoração para lembrar a data da primeira vitória do PT.
Preferiu deixar para organizar com calma, no começo de janeiro, uma série de atividades em que pretende fazer um balanço dos dez anos de governo do PT (oito dele e dois de Dilma).

"Vamos discutir o que era o Brasil antes do governo do PT e o que é agora", anunciou Lula, depois de voltar de mais uma longa maratona de comícios pelo País.
Bastante animado com o que viu, e principalmente com a dianteira que seu candidato Fernando Haddad abriu nas pesquisas para a eleição de domingo em São Paulo, Lula já começou a fazer planos para 2014, sem citar nomes. "Precisamos ter competência para montar uma chapa forte na disputa pelo governo do Estado."

Desde que ele entrou de cabeça nas campanhas do PT, como estava sempre em trânsito, não falava com o velho amigo. Em nenhum momento da nossa breve conversa por telefone, o ex-presidente se queixou de qualquer problema de saúde, o que demonstra que ele está recuperado do tratamento do câncer na laringe, descoberto há exatamente um ano.
Até a voz está voltando ao normal. E combinamos de nos encontrar na próxima semana para colocar os assuntos em dia.

* * *

Como já não me lembrava do momento em que ficamos sabendo da vitória na eleição de 2002, recorro mais uma vez ao meu livro de memórias Do |Golpe ao Planalto — Uma Vida de Repórter (Companhia das Letras), em que conto o que aconteceu:

Às cinco horas da tarde do domingo 27 de outubro de 2002, no dia em que Lula completava 57 anos, foi com muito custo que ele atendeu a meu chamado para vir até onde já se encontravam sua família - a mulher Marisa, os quatro meninos e as noras - e uns poucos amigos, diante do aparelho de televisão (...).

A TV Globo iria anunciar o resultado da pesquisa boca-de-urna da eleição presidencial. O âncora Franklin Martins chamou a repórter, que estava ao lado do presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro: "Agora, ao vivo, vamos conhecer os resultados da pesquisa boca-de-urna com a repórter Mariana Kotscho". Por uma coincidência, a repórter era minha filha mais velha.

"Olha lá, Mara! A Mariana está mesmo com jeito de grávida!": foi o primeiro e único comentário de Lula, como se o resultado anunciado por Montenegro, dando-lhe a vitória por larga margem sobre José Serra, não estivesse acabando de confirmar a primeira eleição de um operário para a Presidência da República do Brasil, depois de três tentativas frustradas.

As pessoas começaram a pular, gritar e se abraçar. Lula, impassível, braços cruzados, olhava para o monitor de TV. Parecia não acreditar no que via e ouvia - ou já esperava por aquele resultado havia muito tempo e por isso não se surpreendeu. Os filhos, também; pareciam assistir ao final de um jogo cujo resultado já conheciam. Com os números da pesquisa aparecendo na tela, não tinha mais erro. A comemoração podia começar, mas o dono da festa resistia. "Porra, Lula, nós ganhamos a eleição!", gritei, e lhe dei um tapa nas costas, para ver se ele caía na real.

sábado, 27 de outubro de 2012

JESSICA LAVRATE - A BELA DA SEMANA


Diferente da conhecida versão onde se descreve Deus criando o mundo e tudo que nele há, existe uma outra, onde o criador maior diz: “Faça-se o homem”  e houve o homem, vendo pois que o homem era uma obra considerável, Deus indagou consigo mesmo: “Criarei algo ainda melhor, faça-se a perfeição”: Neste instante foi criado a mulher, exemplo da mais perfeita criação divina, nasceu pois este ser, tido por a mais sublime obra do Deus criador.

Sendo assim, nos moldes que Deus externou seus caprichos, nasceu Jessica Lavrate, um exemplo fidedigno da inspiração divina. A beleza e o encanto da morena é a cópia leal do que Deus fez quando quis criar a mais perfeita de suas obras.

Deste modo, Jessica é impecável, por isso o corpo escultural e a beleza das linhas e das curvas, das silhuetas sinuosas que compõem o perfeito poema denominado Jessica.

Jessica Lavrate é detentora dos nossos olhares e a beleza externada em sua imagem é a garantia da excelência feminina e a hegemonia da mulher morena frente a todas as outras espécies racionais e irracionais do planeta.

Aqui, louva-se a supremacia feminina, justamente representada na grandeza espetacular de Jessica Lavrate, beleza imbatível, possuidora dos nossos sentidos, rainha, Deusa, mulher, enfim...

A semana tem o tempero moreno, a beleza invejada e referencial de Jéssica Lavrate, aquela que pela imagem, supera nossas palavras.

Um brinde ao poder ímpar de Jessica, merecidamente, A BELA DA SEMANA.

*JESSICA MARQUES LAVRATE- 21 anos - Nova Londrina PR- Filha de Luiz Carlos Lavrate e Maria Neli Marques. Jessica cursa o segundo ano de Odontologia na UNINGA.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Os canibais de Garanhuns, no agreste pernambucano


Seita de canibais de Pernambuco queria conter aumento da população
Essa seria a razão de todas as vítimas do grupo serem mulheres

As três pessoas presas em Garanhuns (PE) suspeitas de matar, esquartejar e comer a carne de mulheres formavam um triângulo amoroso. O canibalismo era praticado em nome de uma seita chamada Cartel, que, segundo a polícia, foi criada e era mantida apenas pelo trio. Segundo os suspeitos, a missão do grupo era conter o aumento da população, por isso as vítimas eram sempre mulheres.

 Jéssica Camila Pereira foi, possivelmente, a primeira vítima do trio. Com 17 anos e uma filha de um ano, ela foi atraída por uma oferta de emprego feita por uma mulher chamada Isabel. Segundo o pai de Jéssica, ele tentou impedir a filha de aceitar a oferta, mas a aliciadora foi insistente e convenceu a vítima a ir com ela. Depois, ele nunca mais viu a filha e a neta.

Giselly Helena da Silva, de 30 anos, e Alexandra Falcão da Silva, de 20 anos, teriam sido outras duas vítimas dos canibais. Elas teriam sido mortas em Garanhuns, a 228 km de Recife.


Jorge Negromonte Silveira, de 50 anos, é suspeito de liderar o grupo. Ele é formado em educação física e já deu aulas de karatê, ginástica e dança. Em um livro, Silveira teria descrito como cometeu o assassinato de Jéssica. Além disso, ele registrou em desenhos corpos em pedaços, enterros e caveiras.

A filha de Jéssica, hoje com cinco anos, teria ficado na casa dos supostos assassinos. De acordo com a polícia, ela pode ter presenciado os crimes cometidos no local. O delegado Wesley Fernandes conta que conversou com a menina.

— Levamos a criança em um quarto reservado e começamos a conversar com ela e mostramos a foto de Gisele. Foi quando ela reconheceu a Gisele. Falou que seus pais diziam que ela era uma pessoa má [...] Ela afirmou que o pai teria arrancado a cabeça da vítima. Isso tudo nos leva a crer que toda essa atrocidade foi feita na presença dessa criança.



A primeira audiência de julgamento das três pessoas acusadas pela morte, com evidências de canibalismo, de três mulheres no Recife (PE) será realizada nesta quinta-feira, no Fórum de Olinda. A juíza Maria Segunda Gomes de Lima, da Vara de Tribunal do Júri, estará à frente da sessão.

Jorge Beltrão Negromonte Silveira, sua mulher, Isabel Cristina Pires Silveira, os dois com 50 anos, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25 anos, tida como amante de Jorge, estão presos, preventivamente, desde abril. Os réus confessos foram denunciados pelo Ministério Público.

Na audiência estão previstos os depoimentos de 20 testemunhas, mas o Tribunal de Justiça não informou quantas delas seriam da defesa e quantas da acusação. Serão quatro os advogados de defesa: Paulo Henrique Melo, Rannieri Aquino, Edmilson Francisco e Luiz Carlos Lopes.

Vítimas

As investigações policiais sobre o caso começaram depois que a família de Giselly Helena da Silva, 31 anos, uma das três vítimas, denunciou seu desaparecimento. A polícia chegou até os acusados após rastrear o cartão de crédito de Giselly, que foi usado após seu desaparecimento em várias lojas de Garanhuns, no agreste pernambucano. Jorge Silveira, Isabel Cristina e Bruna Cristina moravam em Garanhuns.

A polícia encontrou no quintal da casa de Silveira e Isabel os corpos enterrados de duas de suas vítimas: Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly. Ambos os corpos apresentavam sinais de esquartejamento. O crime, no entanto, ganhou destaque fora do Estado após os acusados terem dito que consumiam porções da carne das vítimas e da pele, como forma "purificação da alma".


Os três assumiram também a responsabilidade pela morte de Jéssica Camila da Silva Pereira, 22 anos, no município metropolitano de Olinda. Ela teria sido assassinada e enterrada em 2008. Eles teriam ficado com uma criança, filha da vítima, que, informaram, também chegou a consumir carne humana.

Via Dag Vulpi

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O perfil de um alienado

Via Cássio Augusto Almeida Guilherme

“Leis e mulheres existem para serem violadas”, afirma político

“As leis são como as mulheres, existem para serem violadas”, diz membro do governo espanhol. Com apenas cinco dias no cargo, José Manuel Castelao Bragaño pediu demissão por conta da repercussão de seu comentário
Bragaño pediu demissão 
após declaração grosseira e machista.
 (Foto: divulgação)
O mandato de quatro anos do presidente dos espanhóis no exterior, José Manuel Castelao Bragaño do PP (Partido Popular), acabou por durar menos de uma semana por conta de um comentário machista.

O ex-deputado pediu demissão este mês depois da ampla repercussão negativa acerca de sua declaração de que “as leis são como as mulheres, existem para serem violadas”. A frase foi divulgada em diferentes jornais espanhóis e despertou a ira de funcionários públicos e de membros da sociedade.

Na ocasião, Bragaño reivindicava a ata da reunião da comissão de educação e cultura do órgão que preside e faltava apenas um voto para oficializar o documento. “Está tudo bem. Há nove votos?”, disse ele citado pelo jornal El Pais. “Coloque 10… As leis são como as mulheres, existem para serem violadas”.

Em entrevista ao El Pais, o político do partido governista negou que sua desistência do cargo depois de apenas quatro dias no posto esteja relacionada com a sua infeliz afirmação. “Ninguém pediu a minha demissão. Eu tenho uma situação pessoa e por isso, não posso continuar com o mandato. Não tem nada a ver com o sucedido”, afirmou.

Bragaño, importante nome do PP na região da Galícia (norte da Espanha), se desculpou pelo comentário e disse que foi mal interpretado. “Eu sou completamente contra qualquer tipo de violação, sou um admirador educado e respeitoso da mulher”, disse ele segundo o Publico.Es.

“Eu sinto muito. Lamento profundamente o que aconteceu”, acrescentou Bragaño ao El Pais. “E duplamente: por aqueles que me ouviam, quase todas mulheres, porque lhes gerou dor; e por mim, porque eu construí um edifício que está caindo sobre mim”.

Por conta do acontecimento, membros da comissão de educação e cultura do Conselho Geral de Cidadania no Exterior, que Bragaño presidia até então, redigiram uma carta para o diretor geral do Ministério da Imigração na qual exigiam desculpas públicas do então presidente.

Miriam Herrero, do partido de oposição PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), explicou que Bragaño havia procurado os membros da comissão para pedir desculpas pessoalmente. “Mas, é necessário pensar nas coisas antes de dize-las e ele deveria ter percebido que um comentário assim é intolerável”, acrescentou ela ao El Pais.


Vista minha pele

Nos tempos que eu era acadêmico em história na FAFIPA, a professora Luciana Regina Pomari, nos apresentou este filme. "Vista a Minha Pele" é uma divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala de aula.
 

Virgindade de brasileira foi vendida a japonês por R$ 1,5 milhão

Natural de Santa Catarina, a jovem trancou a faculdade de Educação Física para participar de um projeto de documentário idealizado pelo diretor australiano Justin Sisely

Brasileira vendeu a própria virgindade em leilão na web. 
(Foto: divulgação)
Terminou nesta quarta-feira o leilão pela virgindade da brasileira Catarina Migliorini. O lance mais alto foi de US$ 780 mil, o equivalente a mais de R$ 1,5 milhão. Segundo informações do site que organizava o leilão, ao menos 15 pessoas, de várias nacionalidades, deram lances que variaram de U$ 1 até o lance máximo, ofertado por um homem que se identificou como Natsu.

O lance vencedor, ainda segundo o site, foi dado hoje. Na reta final do leilão, seis participantes disputaram a virgindade da brasileira que vive na Austrália. Em segundo lugar, no leilão, ficou um americano, que ofereceu US$ 740 mil, seguido por um indiano, que deu um lance US$ 730 mil.

O leilão da virgindade da brasileira foi lançado no dia 15 de setembro. Com o final dos lances, a brasileira se disse contente com o valor alcançado. “Eu não tinha preferência por ninguém, porque é apenas um negócio. Esse é um bom valor e eu estou feliz”, comemorou Catarina.

Via Pragmatismo Político 

Desvelar o machismo

A Constituição garante que homens e mulheres são iguais perante a lei. Segundo as estatísticas, porém, as brasileiras não ocupam sequer 5% dos cargos de maior importância, e uma mulher é agredida, em média, a cada 15 segundos no Brasil. Nossa herança cultural machista ainda é uma incômoda realidade que precisa ser desvelada para ser superada.


Todo dia 8 de março eles fazem tudo sempre igual: lhes sorriem um sorriso pontual e lhes entregam uma rosa ou um bombom. A delicadeza e a doçura feminina são celebradas com presentes tão simbólicos e o cavalheirismo reafirma seu espaço, mesmo em tempos de igualdade de direitos entre homens e mulheres.

O dia internacional de luta pelos direitos das mulheres acabou se tornando o dia internacional do cavalheirismo. “Troque seu direito ao aborto por uma rosa” poderia ser o lema de uma campanha publicitária patrocinada por floriculturas propondo a resignificação da data. Não precisou de tanto. O machismo deu conta do recado e hoje a data é lembrada por suas flores e não por faixas e cartazes.

A resignificação de datas não é novidade. A propaganda trabalhista de Getúlio Vargas já transformara o “Dia do Trabalhador” em “Dia do Trabalho”. A data, criada pela Internacional Socialista como um dia de luta e reivindicações por melhores condições de trabalho, acabou se tornando uma data festiva comemorada até hoje pelos sindicatos com festas e shows. Pão e circo são o melhor batalhão de choque.

Com o Dia Internacional da Mulher a resignificação foi ainda mais drástica. Não bastasse neutralizar as reivindicações típicas da data ao custo mínimo de rosas e bombons, o dia passou a reafirmar o papel social destinado às mulheres em uma sociedade machista: delicadeza e doçura.

Claro que a maioria dos homens e mulheres que dão e recebem mimos na data nunca refletiram sobre isso e o fazem com as melhores das boas intenções. E são estas boas intenções que tornam a resignificação da data tão efetiva. Que mulher cometeria a indelicadeza de recusar uma rosa oferecida com tanta gentileza em comemoração ao “seu dia”? Um cala-boca perfeito!

Machismo

Somos uma sociedade homofóbica, racista e machista. Só que a homofobia é escancarada, o racismo é tímido e o machismo é dissimulado. O brasileiro não se constrange em zombar de gays em público, mas evita brincadeiras racistas quando não tem certeza da aquiescência dos ouvintes. Não zomba das mulheres, mas apenas da “loira burra”, aquela personagem fictícia que de tão bonita não poderia ser simultaneamente inteligente; uma discriminação que se esconde por trás de uma homenagem.

Ao contrário da maioria das discriminações que se funda na dicotomia “melhor/pior”, o machismo tem suas bases numa separação de papéis por características que se crê sejam predominantes em cada um dos sexos. O masculino: forte, racional, pragmático, agressivo etc; o feminino: belo, intuitivo, reflexivo, conciliador etc.

A maioria destas distinções foi produzida culturalmente e é muito difícil para a ciência construída dentro desta cultura machista identificar quais características são efetivamente biológicas e quais são ideológicas. Fato é que, numa sociedade patriarcal, as características atribuídas ao sexo masculino são mais valorizadas do que as atribuídas ao feminino. Assim, se em teoria, há apenas uma separação entre os papéis masculino e feminino, na prática, o papel masculino é economicamente mais valorizado, ocasionando uma discriminação legitimada com base em diferenças que não se sabe ao certo se são biológicas ou culturais.

Ao longo da história, esta divisão de papéis serviu de fundamento para a dominação das mulheres pelos homens. No Brasil, a mulher casada foi considerada relativamente incapaz até 1962 e não podia sequer exercer profissão sem autorização do marido (art.242, VII, do Código Civil de 1916). Somente com o Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/1962) a mulher casada passou a ter plena capacidade civil, mas o marido continuou sendo considerado o chefe da sociedade conjugal (art.233 do Código Civil de 1916) até o advento da Constituição de 1988, que finalmente estabeleceu a igualdade entre homens e mulheres perante a lei brasileira.

Se para as mulheres ricas a restrição ao exercício do trabalho formal até a década de 1960 implicava uma vida dedicada ao lar como “donas-de-casa”, para as mulheres pobres, a situação era ainda pior. Proibidas pelos maridos de “trabalhar fora”, só lhes restava o trabalho informal dentro de suas casas, produzindo alimentos, roupas e outros produtos artesanais para serem vendidos e aumentar a renda da família. Na prática a lei condenava as mulheres pobres ao subemprego, ganhando menos que os homens, sem que seu trabalho fosse sequer reconhecido como tal.

Os 22 anos de igualdade jurídica entre homens e mulheres ainda não foram suficientes para superar esta cultura de subvalorização do trabalho feminino. Não obstante ter havido uma intensa inclusão da mulher no mercado formal de trabalho, elas ainda ocupam os cargos de menor hierarquia dentro das empresas e são menos bem remuneradas que os homens.

No Brasil, das 100 maiores empresas, segundo o ranking da revista Exame, apenas 5 são presididas por mulheres. Uma estimativa da consultoria DMRH publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em janeiro de 2011 calcula que apenas 3% das empresas “médias-grandes” são presididas por mulheres. Nestas mesmas empresas as mulheres representam 9% dos diretores e vice-presidentes, 35% dos gerentes e 50% dos trainees e analistas.

Nos cargos públicos, a situação não é muito diferente: das 594 cadeiras do Congresso Nacional, apenas 57 são ocupadas por mulheres. No Supremo Tribunal Federal, dos 11 ministros, apenas 2 são mulheres e, no STJ, dos 33 ministros, 5 são mulheres.

Espera-se que com a eleição de Dilma Rousseff como presidenta da república e, com a indicação de um número maior de ministras, haja um aumento na participação das mulheres brasileiras na política e um maior reconhecimento da capacidade feminina em cargos de liderança.

Violência contra a mulher

A inferioridade jurídica da mulher perante a lei civil até o advento da Constituição de 1988 refletia também na conivência dos juízes criminais para com toda sorte de abusos do marido. A tese da “legítima defesa da honra” absolveu uma infinidade de maridos acusados de matar suas esposas por adultério. A jurisprudência dominante também entendia que o marido não podia ser punido pelo estupro da esposa, já que agia no exercício regular de direito, pois a mulher tinha o dever conjugal de manter relações sexuais com seu cônjuge. As lesões corporais contra a esposa, quando consideradas leves pelo juiz, também em regra não eram punidas em nome do “bom convívio familiar”.

A maioria destas teses jurídicas escancaradamente machistas já foram abandonadas pelos tribunais, mas ainda há muitos resquícios desta ideologia que predominou por tanto tempo. A exposição de motivos da parte geral do Código Penal vigente, datada de 1984, recomenda que o comportamento da vítima seja levado em conta para reduzir a pena, citando como exemplo o “pouco recato da vítima nos crimes contra os costumes” por “constituir-se em provocação ou estímulo à conduta criminosa”.

As decisões judiciais em que o machismo se manifesta em maior ou menor grau ainda são constantes. Em uma polêmica sentença datada de 2007, só para ficarmos em um exemplo escandaloso, o juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, então titular da 1ª Vara Criminal de Sete Lagoas (MG), recusou-se a aplicar a Lei Maria da Penha afirmando que “a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (…) O mundo é masculino! A ideia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!” (sic).

Causa perplexidade, um juiz, em um Estado laico, valer-se de uma referência bíblica, para negar vigência a uma lei, com base no notório machismo judaico-cristão, que tem por base, entre outras, a referida passagem do Gênesis (3:16) em que Deus condena a mulher a ser submissa ao seu marido por ter convencido Adão a comer a famigerada maçã. Por conta desta absurda decisão e da repercussão que ela teve na mídia nacional, o magistrado acabou sendo punido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2010 com a pena de “disponibilidade compulsória” (remunerada, claro!), mas contou com a solidariedade da Associação dos Magistrados Mineiros (AMAGIS), que emitiu nota oficial afirmando que “recebeu com tristeza e perplexidade a decisão” do CNJ.

Ainda que sentenças com um machismo tão explícito sejam raras, ainda há muita resistência cultural por parte não só da Justiça, mas também da polícia em reprimir a violência doméstica por meio do sistema penal. Enquanto isso, segundo uma estimativa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo, 2,1 milhões de mulheres são agredidas por ano no país, numa assustadora média de uma mulher agredida a cada 15 segundos. O número de homicídios também assusta: segundo dados do Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Zangari, a cada dia, em média, 10 mulheres são mortas no Brasil. Ainda que seja difícil precisar as motivações destes crimes, supõe-se que a maioria tenha origem em conflitos domésticos.

Mesmo diante da gravidade destes números, juízes e tribunais resistem em aplicar a lei Maria da Penha ao pueril fundamento jurídico de que esta seria inconstitucional, por dar tratamento diferenciado a homens e mulheres. A igualdade jurídica é uma igualdade meramente formal e jamais mudará a realidade sociológica dando tratamento igual a pessoas em condições sociais distintas. O direito à igualdade é, antes de tudo, um princípio que visa à transformação social e, para tanto, deve tratar desigualmente os desiguais, tendo por meta reduzir estas desigualdades. Somente interpretando a lei com este espírito se poderá tornar a igualdade jurídica uma igualdade de fato.

Se as mulheres sofreram, no Brasil, durante 462 anos um tratamento desigual e prejudicial do direito, não se pode simplesmente ignorar estas mazelas históricas e julgar que um tratamento rigorosamente isonômico hoje possa corrigir as mazelas do passado. É preciso reconhecer que o tratamento desigual no passado gera prejuízos ainda hoje, pois não se muda a cultura de um povo do dia para a noite. E é preciso que haja leis que visem superar esta desigualdade historicamente produzida, dando um tratamento jurídico protetivo hoje, para que se possa ter uma sociedade mais igualitária amanhã.

Via Uma outra Opinião

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O sonho do ministro Joaquim Barbosa pode virar pesadelo



Publicado originalmente em 11 de outubro de 2012 – AfroPress - por Ramatis Jacino
Enviado por Alfredo Pereira dos Santos
Extraído do blog “Em lugar de uma carta”

Comentário de Adriano Ferrarez: Brilhante esse texto de Ramatis Jacino. É uma das melhores reflexões que li nos últimos tempos. Traz à tona a ilusão de muitos “fodidos”, como diria Oscar Niemeyer, que se embriagam com a ascensão e viram as costas para a sua origem de classe e se aliam com as elites. Esse texto de Ramatis lança luz classista sobre esse episódio do julgamento do mensalão.
Importante também a reflexão que faz sobre alguns militantes que como diria Raulzito: “Travam a inútil luta com os galhos, sem saber que é lá no tronco que tá o curinga do baralho”. Joaquim Barbosa verá seu sonho virar pesadelo logo, logo. Matéria do jornal dos Marinhos de 30 de setembro de 2012 traz como título:
“E depois do mensalão? Entre a firmeza e o destempero, um futuro desafiador - Amigos e até rivais tentam erguer blindagem para evitar tensões na gestão de Barbosa à frente do STF”
Já começou e a tendência é piorar. Leiam mais de uma vez se puderem. Esse texto é uma verdadeira aula.

Negros que escravizam e vendem negros na África, não são meus irmãos
Negros senhores na América a serviço do capital, não são meus irmãos
Negros opressores, em qualquer parte do mundo, não são meus irmãos...

(Solano Trindade)
*Ramatis Jacino, 
presidente do Instituto Sindical Interamericano 
pela Igualdade Racial (INSPIR)

O racismo, adotado pelas oligarquias brasileiras para justificar a exclusão dos negros no período de transição do modo de produção escravista para o modo de produção capitalista, foi introjetado pelos trabalhadores europeus e seus descendentes, que aqui aportaram beneficiados pelo projeto de branqueamento da população brasileira, gestado por aquelas elites.

Impediu-se, assim, alianças do proletariado europeu com os históricos produtores da riqueza nacional, mantendo-os com ações e organizações paralelas, sem diálogos e estratégias de combate ao inimigo comum. Contudo, não há como negar que o conjunto de organizações sindicais, populares e partidárias, além das elaborações teóricas classificadas como “de esquerda”, sejam aliadas naturais dos homens e mulheres negros, na sua luta contra o racismo, a discriminação e a marginalização a que foram relegados.

No campo oposto do espectro ideológico e social, as organizações patronais, seus partidos políticos e as teorias que defendem a exploração do homem pelo homem, que classificamos de “direita”, se baseiam na manutenção de uma sociedade estamental e na justificativa da escravidão negra, como decorrência “natural” da relação estabelecida entre os “civilizados e culturalmente superiores europeus” e os “selvagens africanos”.

É equivocada, portanto, a frase de uma brilhante e respeitada filósofa negra paulistana de que “entre direita e esquerda, eu sou preta”, uma vez que coloca no mesmo patamar os interesses de quem pretende concentrar a riqueza e poder e àqueles que sonham em distribuí-la e democratizá-la. Afirmação esta, que pressupõe alienação da população negra em relação às disputas políticas e ideológicas, como se suas demandas tivessem uma singularidade tal que estariam à margem das concepções econômicas, de organização social, políticas e culturais, que os conceitos de direita e esquerda carregam.

As elites brasileiras sempre utilizaram indivíduos ou grupos, oriundos dos segmentos oprimidos para reprimir os demais e mantê-los sob controle. Capitães de mato negros que caçavam seus irmãos fugidos, capoeiristas pagos para atacarem terreiros de candomblé, incorporação de grande quantidade de jovens negros nas polícias e forças armadas, convocação para combater rebeliões, como a de Canudos e Contestado, são exemplos da utilização de negros contra negros ao longo da nossa história.

Havia entre eles quem acreditasse ter conquistado de maneira individual o espaço que, coletivamente, era negado para o seu povo, iludindo-se com a idéia de que estaria sendo aceito e incluído naquela sociedade. Ansiosos pela suposta aceitação, sentiam necessidade de se mostrarem confiáveis, cumprindo a risca o que se esperava deles, radicalizando nas ações, na defesa dos valores dos poderosos e da ideologia do “establishment” com mais vigor e paixão do que os próprios membros das elites. A tragédia, para estes indivíduos – de ontem e de hoje - se estabelece quando, depois de cumprida a função para a qual foram cooptados são devolvidos à mesma exclusão e subalternidade social dos seus irmãos.

São inúmeros os exemplos deste descarte e o mais notório é a história de Celso Pitta, eleito prefeito da maior cidade do país, apoiado pelos setores reacionários, com a tarefa de implementar sua política excludente.

Depois de alçado aos céus, derrotando uma candidata de esquerda que, quando prefeita privilegiou a população mais pobre – portanto, negra – foi atirado ao inferno por aqueles que anteriormente apoiaram sua candidatura e sua administração. Execrado pela mídia que ajudou a elegê-lo, abandonado por seus padrinhos políticos, acabou processado e preso, de forma humilhante, de pijama, algemado em frente às câmeras de televisão. Morreu no ostracismo, sepultado física e politicamente, levando consigo as ilusões daqueles que consideram que a questão racial passa ao largo das opções político/ideológicas.

A esquerda, por suas origens e compromissos, em que pese o fato de existirem pessoas racistas que se auto intitulam de esquerda, comporta-se de maneira diversa: foi um governo de esquerda que nomeou cinco ministros de Estado negros; promulgou a lei 10.639, que inclui a história da África e dos negros brasileiros nos currículos escolares; criou cotas em universidades públicas; titulou terras de comunidades quilombolas e aprofundou relações diplomáticas, econômicas e culturais com o continente africano

O sonho realizado...

Joaquim Barbosa se tornou o primeiro ministro negro do STF como decorrência do extraordinário currículo profissional e acadêmico, da sua carreira e bela história de superação pessoal. Todavia, jamais teria se tornado ministro se o Brasil não tivesse eleito, em 2003, um Presidente da República convicto que a composição da Suprema Corte precisaria representar a mistura étnica do povo brasileiro.

Com certeza, desde a proclamação da República e reestruturação do STF, existiram centenas, talvez milhares de homens e mulheres negras com currículo e história tão ou mais brilhantes do que a do ministro Barbosa.

Contudo, nunca passou pela cabeça dos presidentes da República – todos oriundos ou a serviço das oligarquias herdeiras do escravismo – a possibilidade de indicar um jurista negro para aquela Corte. Foi necessário um governo de esquerda, com todos os compromissos inerentes à esquerda verdadeira, para que seu mérito fosse reconhecido.

A despeito disso, o ministro Barbosa, em uníssono com o Procurador Geral da República, considera não haver necessidade de provas para condenar os réus da Ação Penal 470. Solidariza-se com as posições conservadoras e evidentemente ideológicas de alguns dos demais ministros e, em diversas ocasiões procura ser “mais realista do que o próprio rei”.

Cumpre exatamente o roteiro escrito pela grande mídia ao optar por condenar não uma prática criminosa, mas um partido e um governo de esquerda em um julgamento escandalosamente político, que despreza a presunção de inocência dos réus, do instituto do contraditório e a falta de provas, como explicitamente já manifestaram mais de um dos integrantes daquela Corte.

Por causa “desses serviços prestados” é alçado aos céus pela mesma mídia que, faz uma década, milita contra todas as iniciativas promotoras da inclusão social protagonizadas por aquele governo, inclusive e principalmente, àquelas que tentam reparar as conseqüências de 350 anos de escravidão e mais de um século de discriminação racial no nosso país.

O ministro vive agora o sonho da inclusão plena, do poder de fato, da capacidade de fazer valer a sua vontade. Vive o sonho da aceitação total e do consenso pátrio, pois foi transformado pela mídia em um semideus, que “brandindo o cajado da lei, pune os poderosos”.

Não há como saber se a maximização do sonho do ministro Joaquim Barbosa é entrar para a história como um juiz implacável, como o mais duro presidente do STF ou como o primeiro presidente da República negro, como já alardeiam, nas redes sociais e conversas informais, alguns ingênuos, apressados e “desideologizados” militantes do movimento negro.

O fato é que o seu sonho é curto e a duração não ultrapassará a quantidade de tempo que as elites considerarem necessário para desconstruir um governo e um ex-presidente que lhes incomoda profundamente.

Elaborar o maior programa de transferência de renda do mundo, construir mais de um milhão de moradias populares, criar 15 milhões de empregos, quase triplicar o salário mínimo e incluir no mercado de consumo 40 milhões de pessoas, que segundo pesquisas recentes é composto de 80% de negros, é imperdoável para os herdeiros da Casa Grande. Contar com um ministro negro no Supremo Tribunal Federal para promover a condenação daquele governo é a solução ideal para as elites, que tentam transformá-lo em instrumento para alcançarem seus objetivos.

O sonho de Joaquim Barbosa e a obsessão em demonstrar que incorporou, na íntegra, as bases ideológicas conservadoras daquele tribunal e dos setores da sociedade que ainda detém o “poder por trás do poder” está levando-o a atropelar regras básicas do direito, em consonância com os demais ministros, comprometidos com a manutenção de uma sociedade excludente, onde a Justiça é aplicada de maneira discricionária.

A aproximação com estes setores e o distanciamento dos segmentos a quem sua presença no Supremo orgulha e serve de exemplo, contribuirão para transformar seu sonho em pesadelo, quando àqueles que o promoveram à condição de herói protagonizarem sua queda, no momento que não for mais útil aos interesses dos defensores do “apartheid social e étnico” que ainda persiste no país.

Certamente não encontrará apoio e solidariedade nos meios de esquerda, que são a origem e razão de ser daquele que, na Presidência da República, homologou sua justa ascensão à instância máxima do Poder Judiciário. Dos trabalhadores das fábricas e dos campos, dos moradores das periferias e dos rincões do norte e nordeste, das mulheres e da juventude, diretamente beneficiados pelas políticas do governo que agora é atingido injustamente pela postura draconiana do ministro, não receberá o apoio e o axé que todos nós negros – sem exceção – necessitamos para sobreviver nessa sociedade marcadamente racista.



*Ramatis Jacino é professor, mestre e doutorando em História Econômica pela USP e presidente do INSPIR – Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial.



Fonte: Jader Resende Via BURGOS (Cãogrino) 
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