Dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (29) revelam a
evolução do mercado de trabalho brasileiro de 2003 a 2014. O país fechou o ano
com a menor taxa média de desemprego da história pelo quinto ano consecutivo,
com 4,8% em 2014, sendo que em 2013, o índice médio de desocupação foi de 5,4%.
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Tendo como eixo o desenvolvimento social, os governo de Lula e Dilma promoveram resultados extraordinários do emprego e na renda |
Quando comparamos esse mesmo índice com a taxa de 2003 - que
era de 12,5% - é possível dimensionar o tamanho da evolução garantida ao longo
de 12 anos dos governos de Lula e Dilma, com apoio das forças progressistas.
O percentual médio de trabalhadores com carteira de trabalho
assinada no setor privado em relação à população ocupada passou de 50,3% (11,6
milhões) em 2013, para 50,8% (11,7 milhões) em 2014. Em 2003 essa proporção era
de 39,7% (7,3 milhões). Em 12 anos esse contingente cresceu 59,6% (ou mais 4,4
milhões).
Em dezembro de 2014, havia 11,807 milhões de trabalhadores
com carteira assinada no setor privado, apresentando estabilidade no mês e no
ano.
A ação estratégica desses governos, tendo como eixo o desenvolvimento
social, promoveu resultados extraordinários. O profundo processo de inclusão
social, valorização da renda, com o aumento real do salário mínimo (74%) e a
geração de mais 20 milhões de empregos promoveram a ascensão em todas as
camadas da sociedade, mas principalmente daqueles que ganhavam menos.
Segundo o IBGE, todos os grupamentos de atividade econômica
apresentaram ganhos no poder de compra do rendimento do trabalho. Mas os
grupamentos com os maiores aumentos percentuais foram aqueles com os menores
rendimentos.
A aprovação da Lei das Domésticas, por exemplo, teve impacto
direto na renda desses profissionais, sendo o grupamento com maior aumento
registrado de 2003 a 2014, com 69,9%. Ainda em relação a 2003, outro destaque
foi a construção, composto em sua maioria por pedreiros, com ganho de 58,7%.
Em 2014, o rendimento médio real domiciliar per capita
(R$1.425,63) aumentou 2,4% em relação a 2013 e 49,6% comparado a 2003. Esse
processo de ascensão social contribuiu para o fortalecimento do mercado
interno, estimulou investimentos e gerou mais empregos.
A frase do então presidente Lula, em 2008, de que a crise
financeira internacional para o Brasil seria uma marola, já havia se revelado
fato naquele período e, agora, os números reforçam a afirmação. A despeito dos
pessimistas de plantão, o país manteve o emprego e a renda e, enquanto boa
parte do mundo desempregava e reduzia salários e direitos – o que continua a
acontecer -, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da sua história.
Especificamente no ano de 2014, os números também confirmam
o que dizia a presidenta Dilma durante toda a campanha eleitoral, a
contragostos dos pessimistas e gurus econômicos do sistema financeiro. O país
estava enfrentando a crise com emprego e aumento da renda. As cidades com maior
redução do desemprego em 2014 foram as regiões metropolitanas do Rio de
Janeiro, com 23,4%; São Paulo, com 16,5% e Belo Horizonte, com 12,5%.
O salário médio das pessoas ocupadas também cresceu em 2014,
chegando a R$ 2.104, 16. Um aumento de 2,7% em comparação com 2013. Quando
comparado com o rendimento médio recebido em 2003, depois de 8 anos de recessão
e arrocho do governo FHC, o crescimento chega a 33,1%.
A pesquisa também fez um recorte por gênero e raça,
apontando os desafios que ainda temos que vencer. O nível da ocupação da
população economicamente ativa alcançou 53,3%, um aumento de 3,2%, comparada a
2003. Entre as mulheres, o nível de ocupação é de 45,4%, ainda inferior aos dos
homens, que é de 62,6%.
No entanto, em relação a 2003, o crescimento entre as
mulheres foi superior ao dos homens. Já entre os jovens entre 18 e 24 anos
aumentou o nível da ocupação, subindo de 53,8% para 57,2% e da população de cor
preta ou parda de 48,5% para 53,0%.•.
O desequilíbrio entre os salários pagos a homens e a
mulheres diminuiu, mas elas seguem ganham menos. No ano passado, a média
salarial das mulheres correspondia a 74,2% do pago aos homens. A proporção era
de 73,6% em 2013 e de 70,8% em 2003.
O rendimento médio da população negra no Brasil cresceu
56,3% nos últimos 12 anos, em comparação com a branca, que cresceu 30,4% no
período. Mas as distorções também aparecem quando comparados os rendimentos
médios entre brancos e negros (pretos e pardos). Em 2014, trabalhadores de cor
preta ou parda ganham, em média, 58% do que era pago aos de cor branca, segundo
o IBGE. Em 2013, essa diferença era de 57,4%.
A faixa da população com 11 anos ou mais de estudo cresceu
de 48,5% para 49,9%, nos últimos dois anos. Em 2003, essa fatia era de 34,3%.
No mesmo sentido, o número de trabalhadores com esse nível de escolaridade
subiu de 46,7% em 2003 para 65,4 % em 2014. A média de empregados que
concluíram o ensino superior passou de 13,8%, em 2003, para 21,3% no ano
passado.