terça-feira, 15 de junho de 2010

PÃO E CIRCO.



Estamos vivendo em um tempo de euforia, onde todos estão concentrados em um dos maiores eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo de Futebol. O Brasil considerado obter o melhor futebol do globo, empolga e agita cento e noventa milhões de brasileiros.
Bandeiras, camisas da seleção são vistas a toda a hora nas ruas e na TV, o verde e o amarelo são as cores que predominam. Uma explosão de “patriotismo” contagia o país, algo que não vemos em datas como no dia de nossa “independência”, no dia da bandeira, nem o nosso descobrimento é tão comemorado, muitas vezes nem lembrado.
A grande festa do futebol causa o mesmo efeito que causava ao povo romano ao assistir no coliseu o duelo entre gladiadores, a euforia, que embriaga a massa fazia com que ela não percebesse a corrupção passeando livremente entre os corredores do senado nem sua permanência no seio da corte imperial.
É comum vermos populares em nossas avenidas em dia de jogos da seleção, bater no peito e dizer que somos os “melhores do mundo e que somos pentacampeões”, que nossos craques são os melhores já vistos. Podemos ser os melhores em campo, mas em alguns aspectos sociais temos muito que melhorar, pois ocupamos os últimos lugares.
Não podemos nos orgulhar do aumento da violência nas grandes e pequenas cidades, não são nada eufóricos os valores que investimos em educação, saúde, transporte e saneamento básico.
É de se envergonhar do enorme fosso que existe entre os ricos e os pobres, onde existe um pequeno número de pessoas que em suas férias vão fazer compras em Nova Iorque, e uma grande maioria que vive em grandes dificuldades por conta de mísero salário mínimo e pelo desemprego.
O orgulho de ser brasileiro também não aparece quando a mídia nos mostra a corrupção que existe no Congresso Nacional. Não podemos vibrar com a deficiência de nossas leis que não punem o que roubam o dinheiro público, nem pune da maneira merecida quem estupra nem aquele que mata.
Toda essa realidade adversa nos leva a depositar todo o nosso orgulho de sermos brasileiros no esporte, onde é nele que podemos “brincarmos de sermos potência mundial”, e nos faz esquecer de nossas misérias, nossos fracassos.
Estaremos concentrados em que? Eleições ou futebol? O que realmente pode mudar nossas vidas? Devido nossa descrença em nossos políticos, “Salve a seleção”!
Por: Lincoln de brito Santos.
Professor formado em história pela FAFIPA.

Um comentário:

  1. conheço já esse discurso claro e objetivo, sobre nossa responsabilidade como cidadão, acredito que só a educação é o caminho para éssa concientização.
    só que a alegria de vibrar com a maior paixão nacional, não tem preço, pelo amor de deus deixem eu ser feliz pelo meos 90 minutos.

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