sábado, 27 de novembro de 2010

Antonio conselheiro


Em sua grande maioria, segundo a história que nos é passada, Antonio Conselheiro tem a imagem de um louco, de um beato de mente transtornada que se tornou uma afronta ao progresso e à ordem em que o Brasil vinha passando, uma vez que a república vivia seus primeiros momentos.

Esta é a opinião que prevalece sobre o homem que liderou o levante de Canudos e trouxe para junto de si, uma leva de seguidores das mais diferentes camadas sociais. O intuito de ofuscar o brilho de Antonio Mendes Maciel, o Antonio Conselheiro, foi e é para mostrar que a legalidade e a razão estava, com a classe dominante e não com aqueles rebeldes e fanáticos que se aglomeraram no Monte Santo.

Porém outra visão sobre o que aconteceu na Bahia nos primeiros anos da república é permitido. Desde que tomemos cuidado em analisar sobre outra ótica, o que foi o episódio de Canudos e o que pregavam Antonio Conselheiro e seus seguidores mais próximos.

Na carência de líderes, de homens de carisma e persuasão, Antonio conselheiro se destaca não só no Brasil, mas também na América Latina ou até mesmo no mundo. Muita coisa foi escrita tentando tirar o destaque ou até mesmo não apontando as qualidades deste homem que se posicionou contra os dominantes e opressores do seu tempo, governos, igreja, coronéis e imprensa, confabularam contra o homem que construiu no nordeste, um refúgio onde era possível assistir aos oprimidos e os miseráveis, encontrando no discurso e nas ações de Conselheiro, verdades que iam de encontro aos seus anseios.

Nem só de flagelados era formado o grupo e Antonio conselheiro, juntos com este estiveram, doutores, intelectuais e outros que não suportavam as injustiças nem os desmandos das classes dominantes.

O levante de Canudos destacou-se por seu sucesso contra os poderosos no Brasil, por três vezes, conselheiro e seu grupo derrotaram as investidas do governo de Prudente de Moraes, o Arraial de Canudos só foi derrotado, quando uma mobilização do governo republicano, levou até a Bahia uma artilharia em dimensões desproporcionais ao exército de conselheiro, quando também um grande número de soldados de todos os estados da federação, aniquilaram os sonhos de liberdade pregados em terras de conselheiro.

Com o fim do arraial de Canudos e de Antonio Conselheiro, ficaram ainda seus discursos, plantados nas mentes dos sobreviventes e de todos que anseiam por liberdade. Liberdade também defendida antes por Zumbi dos Palmares e depois por Ernesto Che Guevara, a luta pela justiça onde a igualdade e a dignidade abrace a todos os homens, independente de sua origem ou posição social e geográfica. Viva Antonio Vicente Mendes Maciel, Viva o Arraial de Canudos, Viva o ato de Conselheiro.

Por: Mateus Brandão de Souza. Graduado em História pela FAFIPA.

2 comentários:

  1. Como diria Chico Science:

    Viva Zapata!
    Viva Sandino!
    Viva Zumbi!
    Antônio Conselheiro!
    Todos os panteras negras
    Lampião, sua imagem e semelhança
    Eu tenho certeza, eles também cantaram um dia.

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  2. "Conselheiro seria o inconfidente
    Lampião, o herói inesquecido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente"

    (Bráulio Tavares e Ivanildo Silva)

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