quinta-feira, 24 de março de 2011

Portugal: o primeiro-ministro José Sócrates apresenta sua demissão

Capitalismo europeu volta os olhos para  Portugal.
O primeiro-ministro português, José Sócrates, apresentou sua demissão na noite desta quarta-feira, menos de duas horas após a rejeição, pelo Parlamento, de seu novo programa de austeridade - anunciou a presidência da República em comunicado citado pela agência Lusa de notícias.


Antes de sair, Sócrates advertiu que a crise política terá "consequências gravíssimas" para o país.
Os cinco partidos da oposição, da extrema-esquerda à direita, votaram em uníssono nesta quarta-feira para condenar o quarto plano de austeridade em menos de um ano, que deveria "garantir" a redução dos déficits públicos e evitar um recurso à ajuda externa.

Em um discurso feito após cinco horas de debates no Parlamento, o ministro porta-voz do governo, Pedro Silva Pereira, denunciou a "irresponsabilidade" de uma "coalizão negativa" que "rejeita um instrumento essencial de ação do governo mesmo sabendo que ele obteve o apoio e o voto de confiança das instituições europeias e dos parceiros europeus de Portugal".

De forma muito dura, ele condenou uma "coalizão voltada para o FMI, porque é para lá que Portugal vai", e destacou que "até o momento Portugal estava sendo capaz de assumir o financiamento de sua economia e de evitar o recurso a uma ajuda externa".

Participando do debate em nome do governo, o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, havia defendido a necessidade "urgente" e "imperiosa" de novas medidas para "afastar todas as dúvidas e incertezas" sobre a capacidade do país de reduzir sua dívida pública a 2% do PIB até 2013, como era o compromisso do país.

Frente à rejeição anunciada de seu plano, Sócrates disse que renunciaria, não sem prometer ser novamente candidato nas eleições antecipadas que poderão ser marcadas para o final de maio ou início de junho.
Nos últimos dias, Pedro Passos Coelho, líder do Partido Social-Democrata (PSD, centro-direita) e possível futuro primeiro-ministro, intensificou suas declarações destinadas aos mercados e a Bruxelas.

Dizendo-se disposto a "colaborar com o FMI e com a UE" como parte de um programa de ajuda, ele se comprometeu "solenemente" a reduzir os déficits como previsto e a acelerar as reformas estruturais exigidas há meses.

Para chegar a esse objetivo, ele se disse favorável à formação de um "governo de maioria ampliada". É a única maneira, segundo ele, de impor novos "sacrifícios" aos portugueses.

FONTE: EBAND.

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