sábado, 23 de abril de 2011

Chico César, secretário da cultura de Pernambuco se recusa a patrocinar bandas de forró estilizado.

Coisa boa, que sirva de exemplo para o resto do Brasil que abandonou suas origens.

“Concordo totalmente com a decisão de Chico César. Seria bom que todos governadores do Nordeste assim também decidissem.Pernambuco é um desses estados que não sabe dar valor ao artista da terra, prefere dar valor a essas bandas eletrônicas.Uma terra que tem Maciel Melo, Petrùcio Amorim, Flávio Rangel, Anchieta Dali, Paulo Matricó, Israel Filho, Alcymar Monteiro, Irah Caldeira, Nádia Maia, Cumadre Fulozinha, Quinteto Violado, Herbert Lucena, Almir Rouche, Tiné, Azulão, Camarão, Genaro, Jacinto Silva, Silvério Pessoa, Accioly Neto, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Cristina Amaral, trio Nordestino, etc, não precisa de Aviões do Forró, Mastruz com Leite, Noda de Caju, Calcinha Preta, Calpso, Arreio de Prata, etc.” (Gilvan Freitas em O Terror do Nordeste)
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, reforçou, ontem, a posição do seu secretário de Cultura, o cantor Chico César, de não patrocinar as chamadas "bandas de plástico" nos festejos juninos deste ano.

Além de ressaltar que o estado não tem condições financeiras para arcar com as despesas de contratação dessas bandas, o governador salientou que se houver algum recurso disponível será para ajudar na valorização do forró regional, também conhecido como forró pé de serra. A atitude do secretário já tivera o endosso, no "twitter", da primeira dama, Pâmela Bório, que não vê "identidade" nessas bandas.


Chico César entende que além de não refletirem a realidade nordestina, as "bandas de plástico" podem se prestar a irregularidades na prestação de contas por parte de administradores sem maior compromisso com o interesse público. Alertou, igualmente, para a poluição sonora e para o alto custo cobrado pelas referidas bandas.

Ontem, o compositor e secretário advertiu prefeitos que insistirem em buscar financiamento estatal para agremiações musicais de fora que haverá a rescisão de contratos celebrados, supostamente envolvendo a administração estadual.

Leia nota oficial divulgada por Chico César:

"Tem sido distorcida a minha declaração, como secretário de Cultura, de que o Estado não vai contratar nem pagar grupos musicais e artistas cujos estilos nada têm a ver com a herança da tradição musical nordestina, cujo ápice se dá no período junino. Não vai mesmo. Mas nunca nos passou pela cabeça proibir ou sugerir a proibição de quaisquer tendências. Quem quiser tê-los que os pague, apenas isso. O Estado encontra-se falto de recursos e já terá inegáveis dificuldades para pactuar inclusive com aqueles municípios que buscarem o resgate desta tradição. São muitas as distorções, admitamos. Não faz muito tempo vaiaram Sivuca em festa junina paga com dinheiro público aqui na Paraíba porque ele, já velhinho, tocava sanfona em vez de teclado e não tinha moças seminuas dançando em seu palco. Vaias também recebeu Geraldo Azevedo porque ele cantava Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro em festa junina financiada pelo governo aqui na Paraíba, enquanto o público, esperando a dupla sertaneja, gritava "Zezé, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver".

Intolerância é excluir da programação do rádio paraibano (concessão pública) durante o ano inteiro, artistas como Parrá, Baixinho do Pandeiro, Cátia de França, Zabé da Loca, Escurinho, Beto Brito, Dejinha de Monteiro, Livardo Alves, Pinto do Acordeon, Mestre Fuba, Vital Farias, Biliu de Campina, Fuba de Taperoá, Sandra Belê e excluí-los de novo na hora em que se deve celebrar a música regional e a cultura popular”.

Secretário de Estado da Cultura – Chico César"

Ponto para o bom senso.

Fonte: jornal O Norte, por Nonato Guedes e Blog o terror do Nordeste.

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