Há um silêncio leve sobre as ruas. Esconde-se em sua tênue vaidade. Ninguém o escuta. Vai pela cidade compondo um vento de palavras nuas. Foge do tempo, foge dessa urgência de dizer tanto, e tudo, e não ser nada, e encolhe-se no oco de uma ausência, como uma ave oculta a face alada. Há um silêncio vivo como a pele, que pulsa sob um têxtil desatino, disposto a seduzir o que o impele ao devaneio. E o impulso vence-o e abre uma outra face em seu destino: pois dentro do silêncio há outro silêncio Renato Tapado (Porto Alegre 1962, escritor gaúcho, radicado em Florianópolis desde 1974.) Fonte: Meus Poemas Favoritos: http://spleenbored-minhaspoesiasfavoritas.blogspot.com/ |
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