terça-feira, 1 de novembro de 2011

SOMOS TODOS JUÍZES.


Muito me espanta a capacidade de julgamento que nós seres humanos temos para julgar os erros dos outros, a todo o momento temos uma sentença a ser dada a alguém, principalmente se esse alguém não se encontra dentro dos nossos parâmetros de comportamento ou ideológicos.

Considero como um dos grupos mais famosos entre os primeiros juízes que mundo já conheceu foram os fariseus, grupo religioso judaico que se julgava os representantes de Deus na Terra e, portanto tinham o discernimento para saber quem estava ou não no caminho apontado por Deus.

Passados mais de dois mil anos, ainda essa visão dentro do mundo religioso permanece, já conheci muitos católicos que acreditam que os sem religião e os protestantes irão para o inferno. Já conheci também muitos protestantes que tem a certeza que os católicos que estão prestes a ficarem ao lado de satanás por toda a eternidade. Há também muitos sem religião que também condenam os religiosos. Os ateus também batem o martelo e fazem seus julgamentos e condenam a Deus e aos seus seguidores.

Os homossexuais, os judeus, todos os que são diferentes da maioria ou de uma minoria se sentam no banco dos réus de algum tribunal.

No mundo da política também é assim, o partido B sempre condena o A por seus erros, mas nunca aponta seus acertos. Conseguiram perceber de onde vem o julgamento?

Muitos condenam o mundo, é claro o mundo está cheio de erros, precisa ser melhorado com urgência, mas, você seu juiz que tanto condena a tudo e todos o que você faz para contribuir para o nascimento de um mundo melhor? Todos criticam a todos, todos apontam suas percepções como as melhores, como o caminho a ser seguido, mas na prática agimos pouco e não fazemos praticamente nada para que aconteçam as tão sonhadas mudanças.

Todo ser humano ou toda instituição humana tem algo de bom, dificilmente essas qualidades aparecerão nos discursos dos juízes, eles sempre irão apontar os erros, os deslizes. Mas uma coisa me deixa intrigado, de onde vem essa autoridade para essas pessoas julgarem e condenarem o mundo? Será que são homens semi-deuses que tem o conhecimento do bem e do mal?

Minha gente os erros e os defeitos do mundo e das pessoas todos nós já conhecemos, não é mais preciso que tenhamos juízes para todo o tempo nos mostrá-los, acredito que a partir de agora precisamos reconhecer as qualidades uns dos outros e usá-las para tornar o mundo um lugar mais humano para se viver, onde todos através de suas qualidades possam somar.

Portanto, juízes de plantão, não desejamos mais ouvir o bater martelo, mas sim queremos que vocês usem suas mentes e suas forças físicas em beneficio das crianças, dos pobres, dos desiludidos, dos doentes, dos excluídos.

Chega de tribunais, queremos ações!

Professor Lincoln de Britto Santos 31.10.2011

2 comentários:

  1. Pois é Lincão, há muitos pretensiosos achando-se donos da verdade absoluta, eles querem ser os detentores da razão e no entanto sentam encima da própria calda para reparar as fraquezas alheias. Infelizmente é assim. Parabéns pelo texto.

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