sábado, 14 de abril de 2012

A ANTROPOLOGIA ESTÁ DE LUTO - MORRE GILBERTO VELHO


O antropólogo Gilberto Velho, 66, morreu na madrugada deste sábado enquanto dormia, em seu apartamento, em Ipanema, zona sul do Rio. Ele havia trabalhado normalmente até a tarde de sexta-feira. Suspeita-se que ele tenha sido vítima de um AVC.


Doutor em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo (USP), Gilberto Velho era o decano do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ. Seu olhar sempre se voltou para temas da antropologia urbana e da sociedade. Em um de seus últimos textos, publicado no blog que mantinha, Velho discorre sobre a eficácia das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no combate à violência no Rio.

"Até que ponto a presença das tropas pacificadoras, policiais e/ou das Forças Armadas, susta a violência? Certamente contém as suas manifestações mais evidentes, mas não tem condições de ir mais fundo, no enfrentamento de suas raízes. Só um projeto contínuo envolvendo, sobretudo, educação e trabalho, teria um potencial de, a longo prazo, superar a atração da criminalidade. Pois esta, não nos iludamos, é um modo de vida associado a aspirações, desejos e ambições, que correspondem a novos perfis e trajetórias sociais", escreveu.

Gilberto Velho formou-se em Ciências Sociais em 1968 na Universidade Federal do Rio de Janeiro e fez seu mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional, instituição ligada à UFRJ.

Em 1971 fez um curso de especialização em Antropologia Urbana e Sociedades Complexas no Departamento de Antropologia da Universidade do Texas, em Austin. Era membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 2000.

É autor de diversos livros, entre eles "Nobres & Anjos: um estudo de tóxicos e hierarquia" (1998) e "Mudança, Crise e Violência: política e cultura no Brasil contemporâneo" (2002).

No Instituto Cultural Arte Brasil.

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