segunda-feira, 4 de junho de 2012

Meu Avô, meu herói


O sol se escondia e lá vinha ele - sem viola na mão, mas o coração recheado de histórias, estas que eu nem me lembro quantas vezes as escutei.
Como se não bastasse a este homem narrar a história, deixava as emoções transbordarem em diferentes entonações de vozes e sons.

Essa figura - Sr. Ludovico, era meu avô, homem de lutas, poeiras e grandes cafezais perdidos num cantinho desse Paraná, estado que ele tanto amou e adotou como o berço de sua história. Trabalhador rural, desbravador, pioneiro da história de tantos rostos, raças e cores.

Homem não alfabetizado, mas que com seus pais aprendeu a falar 4 idiomas - era capaz de se comunicar muito bem com qualquer pessoa, até mesmo com o Papa como ele mesmo dizia. Meu primeiro gole de cerveja veio de suas mãos; o batismo também. Cumpriu bem o seu papel de avô, ensinou-me a manusear bem uma espingardinha de pressão e a acertar bem no meio de uma tampinha de refrigerante, ou quem sabe a fruta mais distante do pomar do grande e belo quintal de nossa casa.

Foi no seu fusca amarelo minhas primeiras tentativas no volante - um fracasso total! Figurinha marcante era esse homem! Pés descalços, andou por esta Terra durante 85 anos.

Deixou lições tão importantes que até hoje são lembradas por todos de sua família e por todos que por ele passaram.

Fez do mato uma cidade e de sua vida um exemplo a ser seguido.

Por Flávia Cristina Pagnoncelli Corrêa.

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