terça-feira, 23 de outubro de 2012

Deputado quer proibir renovação dos contratos de concessão de pedágio

O projeto foi protocolado na Alep ainda antes das denúncias feitas pelo deputado Cleiton Kielse (PMDB) e que reacenderam a discussão em torno da instalação de uma CPI para investigar o pedágio
Projeto de Paranhos estabelece que qualquer processo licitatório
 para concessão ou renovação de serviços em rodovias 
terá que ser aprovado em plebiscito
CURITIBA 

Tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), desde 17 de outubro, o projeto de lei número 505/12, que proíbe a renovação dos contratos de concessão de pedágio nas rodovias que estão sob a responsabilidade do Estado do Paraná.

De autoria do deputado Paranhos (PSC), o projeto foi protocolado na Alep ainda antes das denúncias feitas pelo deputado Cleiton Kielse (PMDB) e que reacenderam a discussão em torno da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o pedágio.

Além de propor a proibição das renovações de contratos, automáticas ou não, assim como aditamentos, o projeto estabelece que qualquer processo licitatório para concessão ou renovação de serviços em rodovias terá que ser aprovado em plebiscito pela maioria do eleitorado paranaense, após ampla divulgação sobre trechos, valores, reajustes e outras condições dos contratos.

“Queremos garantir ampla informação sobre o pedágio e a possibilidade de a população se manifestar sobre o tema, dizendo, de forma soberana, se aceita ou não que o Estado repasse à iniciativa privada a responsabilidade sobre a conservação de rodovias”, argumenta Paranhos.

Ainda segundo Paranhos, a modalidade de concessão de rodovias implantada no Paraná foi na verdade uma transferência do patrimônio público para a iniciativa privada, gerando receitas fabulosas a estas empresas e onerando de forma extorsiva os setores produtivos da economia.

Também é preciso lembrar que 70% dos recursos investidos inicialmente pelas concessionárias vieram de empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Considerando que o pedágio passou a ser cobrando em junho de 1998, avançamos muito pouco na nossa infraestrutura e quase nada em termos de duplicação. Passados 14 anos temos praticamente as mesmas rodovias, em melhores condições, mas a um custo elevadíssimo para a sociedade”, enfatiza.

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