sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Empresa do ES transforma grão de café em doce tipo chocolate

No Dag Vulpi 


A ideia parece um tanto simples: se o cacau um dia foi bebida e se transformou em doce para ser mordido (e adorado), por que o café não poderia trilhar o mesmo caminho? Em busca de um energético para lançar no mercado, a empresa de chocolates SPA, do Espírito Santo, se fez essa pergunta marota e criou o Coffee Beans. Trata-se de um curioso docinho em forma de grão de café que é, em resumo, “café de comer”.

Coffee Beans, café para comer. FOTOS: Cynthia Almeida Rosa/Estadão
Os criadores do produto usam grãos arábica da variedade Mundo Novo, cultivados no Sul de Minas Gerais, que têm, segundo eles, “notas de caramelo e chocolate, com acidez cítrica suave”. Aplicam uma torra média para escura, moagem bem fina e misturam o pó a manteiga de cacau (em torno de 30% do confeito), para conseguir a textura macia. O resultado dessa fórmula é um docinho marrom, que ao incauto parece até chocolate.

O De Grão em Grão levou os Coffee Beans para que especialistas provassem as três versões do produto: ‘espresso’ (com café e açúcar), ‘café com leite’ (café, açúcar e leite em pó) e ‘cappuccino’ (café, açúcar, leite em pó e cacau em pó). Experimentaram conosco as baristas Cecilia Sanada, consultora de cafés, e Gelma Franco, proprietária do Il Barista, e a chocolatière Luciana Lobo, da Cau Chocolates.

Coffee Beans em três versões, 
‘espresso’, ‘café com leite’ e ‘cappuccino’.
Todas foram unânimes em um ponto: é um produto curioso pela proposta, mas que requer ajustes. “É interessante. Quanta matéria-prima descartamos em forma de borra? Teríamos um uso integral do café”, opina Cecilia Sanada, que tem o costume de mascar o grão puro em sessões de torra, um truque para verificar se atingiu o ponto adequado no processo.

Provamos os doces isoladamente e depois harmonizando-os com cafés e com leite. Veja as opiniões.

O confeito

Sabor ‘Espresso’

Cecilia: há um residual de um bom café, mas acredito que a torra esteja errada, talvez escura demais. Aqui ele está potencializado em sabor. Também diminuiria um pouco o açúcar. Não consigo sentir as notas de um grão do Sul de Minas, talvez por causa da gordura.
Gelma: É interessante, marcante. Não vejo problema de torra, mas o açúcar em excesso mascara o café.
Luciana: É muito parecido com um chocolate de varejo em sua consistência, mas não derrete fácil da boca, provavelmente por causa de gordura hidrogenada. Não tem brilho e poderia ter menos açúcar. O aroma (olfato) é mais interessante do que o sabor. Lembra bastante café.


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