segunda-feira, 29 de abril de 2013

A história secreta da origem judaica do nome Mercedes

Hitler e seus asseclas não sabiam?


Mercedes e raízes judaicas? Não foram os Mercedes conversíveis a escolha da cúpula nazista na década de 30? Sim, foram – mas Hitler e companhia estavam andando em carros batizados em homenagem à neta de um rabino húngaro.

Há uma famosa foto de Adolf Hitler de 1934, onde o führer aparece no banco de trás de um Grosser Mercedes, à frente de uma carreata de nazistas pela primeira Autobahn concluída, entre Frankfurt e Darmstadt – o trecho onde Rudolf Caracciola atingiria 432,6 km/h e estabeleceria o insuperável recorde de velocidade em uma via pública. Talvez os líderes nazistas da Alemanha fossem mais irônicos que os hipsters moderninhos, ou talvez eles não tivessem a menor noção da história do automóvel. Mas uma coisa é certa: os Mercedes 770, que eles tanto admiravam, trazia o nome da neta do notório rabino húngaro Adolf Jellinek.

Quem pode explicar melhor é L.J.K. Setright em sua obra-prima “Drive On!: A Social History of the Motor Car”, onde a história é contada na página 28. Tem a ver com Emil, o filho de Adolf Jellinek, que em sua juventude foi um piloto e mais tarde tornou-se o que hoje chamamos de “Relações Públicas”:

Havia alemães no esporte, também, e representantes do que deve ser chamado de “a outra metade da Grande Alemanha”, que era o Império Austro-Húngaro. Um destes costumava sair-se muito bem nos eventos do Nice Speed Week (uma corrida, um sprint ao longo da Promenade des Anglais, uma subida de montanha até La Turbie) onde a nata da sociedade se encontrava no inverno. O diplomata Emil Jellinek, cônsul austro-húngaro em Nice, frequentava essa alta roda e pilotava pesados Daimlers em altas velocidades com bons resultados, o que tornou-o muito influente na venda de carros aos finos e prósperos. 

O único empecilho encontrado por ele foi o germânico nome Daimler, desagradável aos franceses; por isso ele insistiu que o novo modelo Daimler de 1901 fosse batizado com o nome de sua filha…

Filho de um distinto rabino húngaro, Jellinek levava uma vida aventureira desde cedo e acabou mudando-se mais tarde para Marrocos, onde ele conheceu sua bela noiva Sefardita – e foi assim que o carro foi batizado Mercédès. Como Hitler teria reagido ao desfilar no carro mais germânico do mundo, quarenta anos mais tarde, se ele soubesse que o carro levava o nome da neta de um rabino?

Emil Jellinek não batizou somente o carro de 1901 de Daimler com o nome de sua filha: ele também adotou o nome em 1903 e passou o resto de sua vida como Emil Jellinek-Mercédès.

Um comentário:

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