segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mundo: Em 2012, os ricos ficaram mais ricos

Os bens dos indivíduos com patrimônio pessoal elevado disponíveis para investimento retomaram a trajetória ascendente em 2012. O efeito ocorreu devido à recuperação global dos mercados acionários e imobiliários.



 O crescimento médio foi de 10%, alcançando o volume recorde de 46,2 trilhões de dólares, após o recuo de 1,7% registrado em 2011. É o que mostra o relatório sobre a Riqueza Mundial 2013, divulgado na semana passada pela Capgemini e RBC Wealth Management.

Todas as regiões do mundo registraram forte aumento em termos de população e patrimônio pessoal elevado. A exceção foi a América Latina, líder de crescimento em 2011, mas que engasgou em 2012 em virtude do fraco crescimento do PIB e das dificuldades nos mercados de ações.

As pessoas com ativos disponíveis para investimento iguais ou superiores a 1 milhão de dólares, sem incluir a residência principal, acervos, bens de consumo e bens duráveis, são chamadas de HNWIs. Em 2012, um milhão de indivíduos foram acrescentados a essa parcela da população global. Ao todo, o mundo chegou à marca dos 12 milhões de HNWIs, um aumento de 9,2%.

Para o economista Antonio Carlos Alves dos Santos, professor da PUC-SP, o resultado é esperado porque as pessoas com um maior patrimônio inicialmente são mais afetadas, mas também possuem as melhores condições de recuperar a perda, pois recebem os melhores conselhos dentro do mercado financeiro.

América do Norte

Em 2012, a América do Norte reconquistou sua posição de maior mercado de HNWIs, após ter sido ultrapassada pela Ásia-Pacífico no ano anterior. A população de 3,73 milhões de HNWIs da América do Norte foi superior aos 3,68 milhões da Ásia-Pacífico e seu patrimônio somou 12,7 trilhões de dólares, comparados aos 12 trilhões da Ásia-Pacífico.

Segundo o diretor de vendas e marketing da Capgemini Global Financial Services, "a Ásia-Pacífico provavelmente retomará a liderança da América do Norte em população e patrimônio”. Para ele, também se destaca a valorização geral do patrimônio. “É interessante observar que a América do Norte ficou à frente em termos de população de HNWIs, mas a Ásia-Pacífico, na realidade, teve maior valorização geral de patrimônio, à taxa de 12,2% contra 11,7%."

O crescimento do patrimônio global disponível para investimento foi liderado pelos HNWIs nas faixas superiores, nas quais os ultra-HNWIs (pessoas com ativos disponíveis para investimento iguais ou superiores a 30 milhões de dólares) aumentaram cerca de 11% em patrimônio e número, após quedas em 2011.

O Brasil atingiu o décimo primeiro lugar em termos de população de HNWIs, com 165 mil em 2012, aumento de 0,2%. O patrimônio total aumentou para 4 trilhões de dólares, uma expansão de 3,7% em relação ao ano anterior. O resultado no estudo, diz Santos, está relacionado ao fraco desempenho do PIB brasileiro no ano passado, além da influência da performance da América Latina. “Temos instabilidades políticas em países chave da América Latina, como a Argentina, além do nosso próprio crescimento, tivemos um PIB medíocre, isso influencia no aumento desse patrimônio.”

Níveis recorde de riqueza
Os altos investidores continuaram cautelosos em 2012. Um terço dos HNWIs continua a priorizar a preservação, enquanto apenas 26% se concentram na valorização de seu patrimônio. A alocação de ativos seguiu a tendência de manter a riqueza, com quase 30% do patrimônio dos HNWIs mantido em disponibilidades e depósitos.

As diferenças regionais ficaram claras: ações ocuparam a maior parte das carteiras dos HNWIs da América do Norte (37%), enquanto os HNWIs da América Latina e da Ásia-Pacífico (excluindo-se o Japão) preferiram imóveis (30% e 25% das carteiras, respectivamente).

No Brasil, a alocação dos ativos direcionou-se principalmente para disponibilidades e depósitos (28%) e imóveis (27%). "Os indivíduos com patrimônio pessoal elevado alcançaram um nível recorde de riqueza em 2012, sugerindo que há mais crescimento no futuro se a segurança e confiança nos mercados continuarem a aumentar", declarou M. George Lewis, diretor do grupo RBC Wealth Management e RBC Insurance.

Em termos do futuro, com a atual recuperação econômica criando um ambiente de menor risco e maior confiança dos investidores, projeta-se que o patrimônio dos HNWIs globais crescerá 6,5% por ano nos próximos três anos, em contraste com o modesto crescimento de 2,6%, observado desde a crise financeira de 2008. Prevê-se que o crescimento global será liderado pela região da Ásia-Pacífico, à taxa projetada de 9,8%, a um ritmo uma vez e meio maior que a média global.

Fonte: Carta Capital

Nenhum comentário:

Postar um comentário