sábado, 10 de agosto de 2013

Trilhos tortos: o cartel dos trens e o cartel da mídia

Weden Alves, no Facebook 


De novo, só a IstoÉ dedicou capa ao caso do tucanoduto paulista. O Cartel G.A.F.E de Mídia (Globo, Abril, Folha e Estadão), que é governista em São Paulo, ou silencia ou usa de subterfúgios um tanto quanto infantis.


A reportagem da revista da Editora 3 mostra documentos que provam que os governos de SP sabiam, porque foram avisados pelo MP. (Ver aqui).


Veja prefere falar de "músculos" na capa. Mesmo que o musculoso esquema possa ter embolsado meio bilhão dos cofres públicos. Época prefere denunciar Petrobrás. E destaca, como uma tentativa desesperada de produzir cortina de fumaça, a palavra "propina": estratégia velha de séculos. Internamente, publica um release de Alckmin.

Até agora o Jornal Nacional não estampou a capa da IstoÉ nas suas edições de sábado. Não escalou o Cesar Tralli para reportagens de 10 minutos. Nem fez "pirâmide de figurinhas" para ilustrar a chegada do esquema às "portas do poder". Os apresentadores do telejornal também não espicharam as sobrancelhas.

Por enquanto, só os jornais paulistas vêm dando destaque razoável. Mesmo assim com subterfúgios, como anteontem o Estadão, noticiando "propinas a partidos". Assim mesmo no plural. Mesmo que "os partidos" sejam antes de tudo um só.

A Folha pisa em ovos. Procura evitar ao máximo a citação do partido. Quando cita, evita falar da cúpula. Quando fala, evita nomear os governadores. Quando nomeia, evita expor demais. Na maioria das vezes, mostra os dois lados: o lado de Alckmin e o lado de Serra.

O mais importante: é tolice acreditar que este silêncio ou estes subterfúgios tenham a ver somente com preferência partidária. Podemos desconfiar que este silêncio tem um preço. Um preço além dos anúncios e dos contratos de distribuição.

De qualquer maneira, ou a fatura da "mercadoria silêncio" vai chegar; ou, na verdade, já está sendo paga há muito tempo - o que é mais provável; visto que, pelo menos no caso da Alstom, as denúncias são bem antigas.

Enfim, é o contribuinte que paga a conta. Por falta de trilhos e por falta de informações, que o ajudariam a se defender da primeira.

Via SQN

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