sábado, 14 de setembro de 2013

“LUIZ GUSHIKEN VIVE!”

"Vá em paz Samurai" (Augusto Netto)



Morreu na noite dessa sexta (13), no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, um dos principais líderes do Partido dos Trabalhadores, o ex-ministro da SECON, Luiz Gushiken, 63 anos.
Gushiken lutava há 12 anos contra um câncer de intestino. Hoje, depois de mais um sangramento intestinal, Gushiken não resistiu.
Bancário e sindicalista em de São Paulo, Gushiken foi fundador do PT e um dos organizadores da CUT.
Filho de imigrantes japoneses, de família humilde e numerosa – sete filhos – nasceu em 1950, na cidade de Oswaldo Cruz, no interior de São Paulo.
Ao chegar em São Paulo, no final da década de 60, Gushiken ingressou na escola de administração de empresas da Fundação Getúlio Vargas. Também estudou filosofia na USP.
Com 19, presta concurso, e ingressa no BANESPA, banco do estado de São Paulo. A essa altura, já estava imerso na luta sindical e contra a ditadura.
Na USP, fizera parte da corrente Liberdade e Luta (LIBELU – organização Trotskista) e da Organização Socialista Internacionalista.
Durante as décadas de 70 e 80, fez parte da direção do sindicato dos Bancários de São Paulo.
Gushiken participou de todas as campanhas presidências do ex-presidente Lula.
Mensalão:
Gushiken teve papel central na defesa dos fundos de pensão contra os prejuízos causados pelo acordo com poderoso grupo financeiro envolvido com a privatização das teles.
Foi alvo de campanha implacável na mídia, com denúncias frequentes – e jamais comprovadas – sobre o uso das verbas da Secom.
Gushirken foi incluído na AP 470 pelo ex-procurador Geral Antonio Fernando de Souza.
Depois de aposentado, Antonio Fernando foi trabalhar na Brasil Telecom, empresa cujo controlador estava em disputa com os Fundos de Pensão defendidos por Gushiken.
Já no começo do julgamento do Mensalão, o próprio MPF pediu a exclusão do nome de Gushiken do processo.
A defesa do ex-ministro, no entanto, pediu para que o nome de Gushiken fosse mantido na ação penal 470, para que sua inocência fosse provada e publicada pela Justiça.
A certa altura do julgamento, o Ministro Lewandowski, fez um verdadeiro desagravo a Gushiken, criticando a Procuradoria por sonegar informações que seriam indispensáveis a defesa do ex-ministro.
Gushiken deixa a mulher Elizabeth e três filhos.

Murilo Silva, editor do Conversa Afiada.

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