Itaúna do Sul: Vereador suspeito de esfaquear PM, nega o crime

Por Adão Ribeiro 

Diário do Noroeste

O delegado Clóvis Papa confirmou que o suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio (homicídio na forma tentada), não cabendo fiança na esfera policial

Dirceu Moteiro de Almeida (Dirceu Barracheiro)
foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT)
de Itaúna do Sul em 2011 com 203 votos. 

Preso desde a madrugada de anteontem, o vereador de Itaúna do Sul, Dirceu Monteiro de Almeida, 34 anos, permanecia detido ontem à tarde na cadeia de Nova Londrina. Ele é acusado de tentativa de homicídio - teria desferido uma facada no pescoço - contra o cabo da Polícia Militar, Valdir Mariano Maia. 

O vereador nega o crime e diz que o PM se feriu após ser empurrado por ele contra a grade do portão. A tentativa teria acontecido durante uma ocorrência em que o legislador era suspeito de agressão contra a esposa.  

O delegado de Nova Londrina, Clóvis Papa, confirmou ontem (por telefone) que o suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio (homicídio na forma tentada), não cabendo fiança na esfera policial. Com isso, a liberdade só pode ser concedida por decisão da justiça. 

A reportagem tentou entrar em contato com os advogados do vereador, mas não obteve êxito.

Além da tentativa, o vereador deve responder também por dano qualificado, pois, conforme relatos da PM, a viatura foi apedrejada no momento da ação. Outros crimes apontados são resistência, desobediência e violência doméstica, uma vez que a agressão contra a mulher foi a origem da confusão. 

De acordo com a Polícia, a mulher do vereador pediu ajuda após ter sido agredida. 

NOTA DA PM - Conforme nota da Polícia Militar emitida ontem, a equipe se deslocou de Nova Londrina para Itaúna, inicialmente informada tratar-se de uma briga de rua, sendo que uma pessoa estaria armada com uma faca e fazendo ameaças. 

Ao chegar ao local, a equipe se deparou com o suspeito, que após desacato, resistiu à prisão e desferiu uma facada, acertando o pescoço do cabo Maia. Na versão do acusado, teria apenas empurrado o policial, que se feriu numa grade da frente da casa. 

Mas, pesa contra ele o depoimento dos demais policiais, que teriam visto a faca. O delegado Papa vê coerência na versão dos policiais, mas pouca possibilidade de encontrar a faca, uma vez que não houve a apreensão imediata. 

O laudo médico feito a partir da lesão do cabo Maia aponta ferimento por instrumento cortante, compatível com faca, punhal e até mesmo com uma lança nos moldes alegados pela defesa.

Após a detenção do vereador, houve reação de familiares, que atiraram lajotas contra a viatura, acertando mais uma vez o cabo Maia, desta vez ferido numa das mãos. 

Um irmão do suspeito de esfaqueamento também foi detido por conta da depredação. Ele teria reagido, danificando a porta da viatura. 

A mulher do acusado acabou detida, suspeita de participar dos danos à viatura, que saiu do local debaixo de pedradas. Ela e o irmão do vereador prestaram depoimentos e deverão responder em liberdade, confirmou o delegado Clóvis Papa. 

O delegado disse que o vereador permanecia sozinho, em cela especial. O inquérito policial será concluído em até dez dias, prazo previsto para réu preso. Papa analisa que deve concluir as investigações na semana que vem, pois já ouviu parte das testemunhas. 

Conhecido como Dirceu Borracheiro, o vereador Monteiro de Almeida foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 2011 com 203 votos.