quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Nova Londrina e Marilena enfrentam surto de dengue

Nas duas últimas semanas de dezembro foram registrados 51 casos suspeitos de dengue em Nova Londrina. No mesmo período, foram 24 notificações em Marilena.


Por Reinaldo Silva

A situação é considerada surto pela chefe da sessão de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde, Nilce Casado. “Os números estão aumentando”, justificou.

O problema enfrentado pelos dois municípios da região Noroeste ganhou evidência depois que uma mulher de 48 anos morreu por complicações que podem ter sido provocadas pela dengue. Moradora de Nova Londrina, ela trabalhava em Marilena.

Os sintomas da doença começaram no dia 21 de dezembro, mas a vítima só foi internada no dia 28, na Santa Casa de Paranavaí. Na avaliação de Nilce, a demora em procurar ajuda médica foi determinante para o agravamento dos problemas de saúde.

A morte da moradora de Nova Londrina foi registrada no dia 3 de janeiro, depois de seis dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A chefe de Vigilância Sanitária da 14ª Regional de Saúde explicou que ainda não é possível afirmar com 100% de precisão que a causa do óbito foi a dengue, afinal, os documentos da paciente ainda estão sendo encaminhados para Curitiba, para que sejam analisados.

DESCASO - Na avaliação da chefe da sessão de Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Fernanda Obana, o descaso da população ainda é grande. Uma das situações apontadas por ela foi a demora dos pacientes em buscar os serviços públicos para dar início ao tratamento contra a dengue.
De acordo com Fernanda, as notificações de casos suspeitos, realizadas nas Unidades Básicas de Saúde em cada um dos municípios da região, são importantes porque dão parâmetros para as equipes de combate à dengue atuarem no controle do avanço da doença.

Fernanda disse que muitas pessoas consideram que ter dengue é normal. Engano. A doença é perigosa e pode levar o paciente à morte. Por isso, além das ações de combate à dengue, o acompanhamento das equipes de saúde é necessário para que as complicações sejam percebidas a tempo de serem tratadas.
Mas não é só isso. Nilce Casado destacou outro exemplo de descaso dos moradores. “Ainda estamos encontrando focos [do mosquito transmissor da dengue] em garrafas nos fundos dos quintais.” E continuou: “Sem o trabalho dos moradores, não vamos mudar esse quadro”.

EPIDEMIA
Nas duas últimas semanas de dezembro, foram feitas 14 notificações de casos suspeitos de dengue em Paranavaí, mas até a tarde de ontem os exames laboratoriais não tinham sido concluídos. Apesar do número relativamente baixo de registros, o risco de epidemia é preocupante. “Se não controlarmos agora, não vamos conseguir contornar o problema”, afirmou Fernanda Obana.

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