quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Brasil vai dobrar número de passageiros do transporte aéreo

O Brasil está prestes a alcançar o terceiro lugar no ranking mundial de transporte aéreo doméstico e o quinto em cargas. A afirmação é do diretor-presidente da IATA (sigla em inglês da Associação Internacional de Empresas de Transporte Aéreo), Tony Tyler, em visita ao país.


"A tendência é que o trabalho de ampliação e revitalização nos aeroportos do Brasil seja algo constante daqui pra frente", disse o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.

Hoje os Estados Unidos, China e Japão são, respectivamente, os maiores do mundo em transporte aéreo doméstico de passageiros. No Brasil o número de pessoas voando de avião quase quadruplicou na ultima década, saltando de 30 para 100 milhões/ano. A projeção é de que esse número chegue a 200 milhões até 2024.

Parte desse avanço se deve aos investimentos do Governo Federal em infra-estrutura aeroportuária. O valor já passa de R$ 7 bilhões. Acompanhado disso, são desenvolvidas ações para o fortalecimento da aviação regional, da executiva, além da concessão de aeroportos a iniciativa privada. "O Brasil precisava avançar nesse setor", explica o ministro Moreira Franco, que há um ano está à frente da Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República.

Reformas

Não apenas por conta da Copa do Mundo, praticamente todos os grandes aeroportos brasileiros estão passando por reforma e ampliação. O Santos Dumont, no Rio, vai receber novo sistema de ar refrigerado. O terminal 1 do Galeão também passa por uma completa transformação. E a parte nova do terminal 2 já estará liberada no Carnaval. "As obras não vão parar por aí. A tendência é que o trabalho de ampliação e revitalização nos aeroportos do Brasil seja algo constante daqui pra frente, pois esses espaços precisam se adaptar a realidade do século 21", completa o ministro Moreira Franco.

Em Brasília, estão sendo construídos novos píers de embarque e desembarque de passageiros. Só o píer sul, que será inaugurado na primeira quinzena de abril, terá onze pontes de embarques novas. Com isso, a capacidade de atendimento passará de 16 para 21 milhões de passageiros por ano.

No aeroporto internacional Luis Eduardo Magalhães, em Salvador, as melhorias estão na iluminação, nos banheiros e a área de check in, que foi ampliada. O mesmo ocorre em Manaus e em Cuiabá, que além de um novo terminal terá o estacionamento ampliado.

Concessões

Ainda dentro das políticas de melhoria para o setor, o governo decidiu repassar à iniciativa privada a construção e a gestão de alguns aeroportos. São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, será o primeiro construído 100% com recursos privados. Já os aeroportos de Brasília, de Guarulhos, de Viracopos, do Galeão e de Confins em Minas Gerais foram concedidos a empresas privadas, mas conta m com participação da Infraero na composição societária.

No Estado de São Paulo, o foco é a aviação executiva. O Aerovale, um novo aeroporto em Caçapava, está com obras aceleradas. A pista será usada para receber pequenas aeronaves e helicópteros que têm como destino a capital paulista. "Os aeroportos de São Paulo estão saturados. Esse aeroporto, que fica a uns 20 minutos da capital, vai ajudar a desafogar a demanda da aviação executiva", conta Moreira Franco, que na semana passada visitou o local.

Regionalização

Outro desafio para que o Brasil alcance, de fato, a projeção da IATA está no fortalecimento da aviação regional. Para tanto o governo elaborou um plano de ação que prevê, na primeira etapa, investimentos da ordem de R$ 7,3 bilhões. Inicialmente serão contemplados 270 aeroportos regionais. As medidas permitirão aperfeiçoar a qualidade do serviço prestado ao passageiro, agregar novos aeroportos à rede de transporte aéreo regular, aumentar o número de rotas operadas pelas empresas aéreas.

Os investimentos previstos são da ordem de R$ 1,7 bilhão em 67 aeroportos na região Norte; R$ 2,1 bilhões em 64 aeroportos na região Nordeste; R$ 924 milhões em 31 aeroportos no Centro-Oeste; R$ 1,6 bilhão em 65 aeroportos no Sudeste; e R$ 994 milhões em 43 aeroportos na região Sul. "O programa visa ampliar o acesso da população brasileira a serviços aéreos. O objetivo é que 96% da população brasileira esteja a menos de 100 km de distância de um aeroporto apto ao recebimento de voos regulares", afirma o ministro.

Os projetos promoverão a melhoria, o reaparelhamento, a reforma e a expansão da infraestrutura aeroportuária, tanto em instalações físicas quanto em equipamentos. Os investimentos incluirão, por exemplo, reforma e construção de pistas, melhorias em terminais de passageiros, ampliação de pátios, revitalização de sinalizações e de pavimentos, entre outros. Os recursos virão do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

Dentre os critérios para análise de relevância do aeródromo serão consideradas características como o volume de passageiros e de cargas, os voos regulares e os resultados operacionais. Além disso, serão considerados aspectos socieconômicos, o nível de acessibilidade na Amazônia Legal, o potencial turístico e de fomento da integração nacional. Além de investimentos em aeroportos em cidades de pequeno e médio porte, serão contempladas medidas de incentivo à aviação regional com foco na viabilização de rotas de baixa e média densidades de tráfego.

Fonte: Jornal do Brasil

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