Ator estava internado em SP; câncer foi descoberto em 2012
Aos 81 anos, morreu o ator Paulo Goulart em São Paulo nesta
quinta-feira (13). Ele estava internado no Hospital São José, parte da
Beneficência Portuguesa.
Em setembro do ano passado o ator tratou um tumor no
mediastino (canal da região dos pulmões). O câncer foi recidivo de anos atrás,
na região dos rins.
Segundo informações da Nicette Bruno Produções Artísticas, o
velório ocorrerá hoje, a partir das 20h, na rua São Carlos do Pinhal, 376. O
enterro acontecerá nesta sexta-feira (14) no cemitério da Consolação.
A secretária particular de Nicette contou que todos os
familiares estavam na unidade de saúde no momento da morte do ator.
Paulo Goulart é o nome artístico de Paulo Afonso Miessa.
Nasceu em Ribeirão Preto, em 9 de janeiro de 1933, na Fazenda Santa Tereza. Os
pais do ator, Afonso e Elza Miessa, ganhavam a vida lidando com a terra. Aos 8
anos, teve sua primeira experiência teatral, interpretando uma pequena
bailarina em uma peça de teatro infantil de seu colégio. Paulo estudou química
industrial e chegou a se formar, mas sonhava em trabalhar com rádio. Quando
soube que havia um teste para locutor em sua cidade, logo se candidatou, mas
não passou. Fez outros testes, dessa vez para ator, e passou a ser rádio-ator.
Iniciou carreira em emissora de rádio fundada por seu pai na
cidade de Olímpia, interior de São Paulo. Já em 1952, passou a integrar a
Companhia Nicette Bruno e Seus Comediantes, atuando em Senhorita Minha Mãe, de
Louis Verneuil, com direção de Ruggero Jacobbi e, no mesmo ano, em Amor Versus
Casamento, de Maxwell Anderson, direção de Rubens Petrille de Aragão. Casou-se
com Nicette ainda em 1952.
Nesta mesma época, começou a trabalhar na TV, em Helena e
estreou no cinema, em 1954, com Destino em Apuros. Passou a colaborar com a
Companhia Eva e Seus Artistas, de Eva Todor, atuando em Vê Se Me Esquece, de
Luiz Iglesias, Anastácia, de Marcelle Maurette, e Lotária, de Luís Iglesias,
todos sob a direção de Henriette Morineau, em 1957.
No mesmo ano, está em A Vida Não É Nossa, de Accioly Neto,
em uma produção sua com Nicette Bruno, com direção de José Maria Monteiro, com
quem trabalha em mais dois espetáculos subseqüentes.
Sem deixar o teatro de lado, começa a emendar papeis no
cinema. Em 1957 está em Rio Zona Norte e
em 1958 faz outros cinco filmes. Segue assim com E Eles Não Voltaram e, em
1960; e Nordeste Sangrento, em 1962. A partir daí, segue um período de descanso
nas telonas, para onde só retorna em 1972, com A Marcha.
De 1966 a 1969 passa a se dedicar à TV Excelsior, na qual
faz novelas como As Minas de Prata (1966), Os Fantoches (1967), A Muralha (1968) e Vidas em Conflito
(1969).
Iniciou-se como autor em 1975, escrevendo Nós Também Sabemos
Fazer, peça que dirige ele próprio no mesmo ano. Em 1980, é a vez de Mãos ao
Alto, São Paulo!, dirigido por Roberto Lage. Em 1983 escreve duas peças, O
Infalível Dr. Brochard, outra direção de Roberto Lage, reencenada no mesmo ano
no Rio de Janeiro, novamente por Aderbal Freire Filho.
Sua primeira novela na Globo foi A Cabana do Pai Tomás
(1969), mas atuou também na programação da TV Tupi, SBT, Record e TV
Bandeirantes. Entre os sucessos na Globo, estão Plumas e Paetês (1980), O Dono
do Mundo (1991), Mulheres de Areia(1993), Esperança (2002), América (2005), Duas
Caras (2007), Ti-ti-ti (2010) e Morde
& Assopra 2011).
O último trabalho na TV foi a minissérie Louco por Elas (2012).
Paulo Goulart deixa os filhos Beth Goulart e Bárbara Bruno,
atrizes, e o ator e dançarino Paulo Goulart Filho. Também deixa as netas e
atrizes Vanessa Goulart e Clarissa Mayoral.
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