segunda-feira, 31 de março de 2014

Unidades do Samu no Noroeste podem fechar as portas por falta de recursos

Sem o credenciamento do Ministério da Saúde, o repasse financeiro não pode ser feito pelos governos Estadual e Federal. Com isso, moradores de 85 municípios seriam prejudicados
Para se ter uma ideia, o posto do Samu em Paranavaí atendeu 276 pessoas em fevereiro
Foto: Arquivo DN/ Fabiano Fracarolli
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu) corre o risco de ser interrompido em 85 municípios da macrorregião Noroeste do Paraná. Para se ter uma ideia do que isso representaria, basta saber que no mês passado, por exemplo, a unidade de Paranavaí atendeu 276 pacientes.
Desde o dia 22 de novembro, quando o Samu foi implantado na região, mais de 12 mil pessoas receberam atendimento nas regiões de Paranavaí, Umuarama, Cianorte e Campo Mourão. Agora, os pacientes podem ficar desassistidos.
É que o Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná (Ciuenp) ainda não recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde, o que impede que os governos Estadual e Federal façam o repasse de verbas para a folha de pagamento e a manutenção do Samu nesses municípios - aproximadamente R$ 1,5 milhão por mês.
De acordo com o prefeito de Paranavaí, Rogério Lorenzetti, que responde pela vice-presidência do Ciuenp, o credenciamento deveria sair em 90 dias a partir do início dos atendimentos no Samu. No entanto, até a tarde de ontem o Ministério da Saúde não havia concluído o processo burocrático.
Lorenzetti explicou que as 85 prefeituras arcaram com as despesas até agora, mas o dinheiro captado para ser aplicado no Samu só será suficiente para os pagamentos referentes até o mês de março. Depois, sem recursos, “vamos ter que restringir ou parar o atendimento”, afirmou o prefeito de Paranavaí.
Segundo ele, algumas propostas estão sendo elaboradas e deverão ser discutidas na próxima assembleia do Ciuenp, que está marcada para abril. “Temos que lutar muito para não fechar o Samu”, disse Lorenzetti. Ele garantiu que intercederá pelo credenciamento junto ao Ministério da Saúde, durante a viagem que fará a Brasília na semana que vem.
O secretário de Saúde de Paranavaí, Agamenon Arruda de Souza, disse que a Administração Municipal não tem condições de bancar o funcionamento do Samu. Ele calculou que desde o início dos atendimentos, em novembro do ano passado, a prefeitura investiu R$ 45 mil por mês.

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