Ouvida pela reportagem, mais de 24 horas depois da contenda,
Cidinha afirmou que Brazão "é criminoso", que a teria ameaçado e que
mesmo um pedido de desculpas não seria suficiente para resolver a questão em
bom termo
Foto/Blog do Marat Calado |
RIO DE JANEIRO - O bate-boca áspero e a troca de ofensas
ocorrida na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), que envolveu os
deputados Cidinha Campos (PDT) e Domingos Brazão (PMDB) na noite de terça-feira
(3), terá de ser resolvido dentro do âmbito do parlamento.
A Polícia Civil informou na noite de quarta-feira que a
ocorrência registrada por Cidinha na Delegacia Especial de Atendimento à
Mulher, localizada no centro do Rio, vai ser remetido à Corregedoria da
Assembleia e à presidência da Casa. Segunda a Polícia Civil, os dois têm
"foro privilegiado".
A deputada do PDT havia registrado queixa por ameaça e
injúria contra o colega. Além disso, ambos ingressaram com representações, um
contra outro, por quebra de decoro.
De acordo com Cidinha, Brazão a teria xingado de
"puta", "vadia" e dito que ela era "mulher de vários
homens", durante a reunião de líderes ocorrida à tarde. Segundo a
parlamentar, havia mais de 20 pessoas no ambiente e todas presenciaram as
agressões.
Ainda segundo a deputada, os xingamentos começaram quando
ela propunha uma alteração no projeto que trata do código de ética da Alerj,
com uma emenda que permitisse a investigação sobre deputados suspeitos de
enriquecimento ilícito no mandato atual e nos anteriores de cada deputado.
Ouvida pela reportagem, mais de 24 horas depois da contenda,
Cidinha afirmou que Brazão "é criminoso", que a teria ameaçado e que
mesmo um pedido de desculpas não seria suficiente para resolver a questão em
bom termo.
"Ele é criminoso, só se pode aceitar pedido de
desculpas de uma pessoa normal", disse a parlamentar.
Ela afirma não esperar que haja qualquer tipo de punição
neste caso, até porque, segundo ela, "existe uma espécie de corporativismo
marginal" na Alerj. "Não vai dar em nada. Aqui tem pessoas envolvidas
em todo tipo de crime".
O deputado disse à reportagem que a colega busca se promover
com o episódio e que ela tem embates acalorados com "vários
deputados". Ele criticou ainda o vocabulário empregado por Cidinha, tido
por Brazão como chulo.
"Ela é useira e vezeira de fazer esse tipo de
excesso", afirmou. "Toda semana, ela briga com quatro a cinco
deputados", completou.
Brazão diz lamentar ter perdido a compostura diante o que
considera serem provocações de parte da pedetista.
"Isso não me orgulha em nada, na verdade me envergonha.
Ela gosta disso, mas eu não. Não tive essa educação. Até lamento ter caído
nessa armadilha, já que ela faz isso com várias pessoas todos os dias",
disse.
A Corregedoria não estipulou prazo para concluir os
procedimentos contra Cidinha e Brazão.
Fonte: ADRIANO BARCELOS - Diário do Noroeste
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