O mais recente Relatório para o Desenvolvimento Humano, da
Organização das Nações Unidas
O mais recente Relatório para o Desenvolvimento Humano, da
Organização das Nações Unidas, defende um conjunto de medidas de proteção
social e regulação estatal para combater a pobreza e a desigualdade no mundo.
O estudo afirma que os programas Bolsa Família, do Brasil, e
Oportunidades, do México, são “exemplos de políticas ganha-ganha”.
Para a ONU, as iniciativas tiveram um duplo papel após 2008.
No curto prazo, suavizaram os efeitos negativos da crise internacional sobre o
poder de compra dos mais pobres, ajudando a manter o nível de consumo.
Adicionalmente, trouxeram benefícios de longo prazo uma vez que as famílias,
para receberem o benefício, precisam manter os filhos na escola.
Programas de transferência de renda, diz o estudo, foram
importantes para diminuir o impacto que a população sofreu com o aumento dos
preços de alimentos que se seguiu à crise de 2008.
Segundo o relatório, o Bolsa Família contribuiu com 20% a
25% da redução da desigualdade no país em 2008 e 2009, ao custo de 0,3% do PIB
(Produto Interno Bruto).
Mas os programas de transferência de renda, como o Bolsa
Família, são apenas uma das iniciativas possíveis para combater a pobreza,
reduzir a vulnerabilidade da população e construir resiliência na sociedade.
Os governos devem atuar, também, por meio de regulação
financeira e de políticas macroeconômicas que possibilitem diminuição da
pobreza. Ainda, o relatório da ONU defende que os países ofereçam à população
acesso universal à saúde e à educação e também uma rede de proteção social.
“Todos os indivíduos têm igual valor e têm o mesmo direto de
proteção e ajuda. Portanto, é preciso haver um amplo reconhecimento de que
aqueles mais expostos a riscos e ameaças, as crianças ou pessoas com
deficiência podem requerer apoio adicional para que suas chances na vida sejam
iguais às dos demais”, afirmou o relatório.
Salário mínimo
Outro ponto defendido pelo estudo é o aumento do salário
mínimo, apesar de vários economistas no Brasil afirmarem que tal política
provocou redução da produtividade das empresas.
“O salário mínimo deve ser aumentado para estimular [a
economia] a se mover na direção de atividades de produtividade mais alta”,
afirma o texto. Essa frase remete a uma nota de rodapé que diz: “O aumento do
salário mínimo foi uma resposta à crise no Brasil e contribuiu para aumentar os
salários e a distribuição de renda”.
Em seguida, o texto acrescenta: “As reformas do modelo
neoliberal no mercado de trabalho precisam ser cuidadosamente reavaliadas da
perspectiva da redução da vulnerabilidade do emprego”.
Via UOL
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