Por Altamiro Borges
Terminada a Copa do Mundo – já considerada pela mídia internacional, pelos jogadores de várias seleções e por milhares de turistas como a melhor Copa de todos os tempos –, começa uma nova batalha. Ela promete ser ainda mais disputada e pesada. A mídia oposicionista e seu dispositivo partidário (PSDB, DEM e PPS) fizeram de tudo para bombardear a Copa no Brasil. Afirmaram que os estádios não ficariam prontos, que os aeroportos entrariam em pane, que não haveria transporte para os torcedores e que protestos incendiariam as cidades-sedes dos jogos. As previsões catastrofistas, que já tinham objetivos eleitoreiros, viraram motivo de galhofa na imprensa mundial. Agora, novas técnicas terroristas serão exploradas, principalmente no campo econômico.
Editorial da Folha deste sábado (12) garante que o país caminha para uma “estagnação sem futuro”. Para o jornal tucano, a economia “definha” e as recentes medidas de estímulo à indústria anunciadas pela presidenta Dilma são “paliativos de curto prazo”, “um pacote de remendos”. Após prever o fiasco da Copa, o apagão elétrico e outras desgraças iminentes, o diário da famiglia Frias agora jura que não há mais salvação. “As estimativas de aumento do PIB para este ano encolhem para 1%, no melhor dos casos. A inflação, por sua vez, flutua em torno de 6,5%... O déficit externo não baixa do nível desconfortável de 3,6% do PIB, o maior em 12 anos. O déficit público - o excesso de gastos do governo em relação a sua receita - está no patamar mais alto em cinco anos”.
Já o Estadão, em editorial na sexta-feira (11), prevê “muita inflação pela frente”. Para o jornal da falida famiglia Mesquita, o governo é “complacente com a alta dos preços”. Adorador do “deus-mercado”, o diário afirma que, “apesar do recuo dos preços por atacado e, especialmente, da acomodação dos preços dos alimentos, economistas do mercado têm mantido a expectativa de recrudescimento da inflação a partir de agosto”. De forma marota, o Estadão prega o aumento dos juros e defende uma mudança de governo nas eleições. “Nada indica, pelo menos até o fim do ano, novas altas de juros, mesmo com recrudescimento da inflação”, lamenta o jornal.
Nesta nova ofensiva terrorista, até o jornal Valor – dedicado à elite empresarial e mais avesso ao catastrofismo – engrossa o caldo. Em editorial na semana passada, ele também garante que a inflação deve explodir e, de quebra, que o crédito ao consumo irá refluir. Ela prevê “um cenário preocupante, de atividade econômica mais fraca, com impacto nos salários e menor ritmo de criação de empregos. Depois de aumentar 4,1% em 2012, o rendimento real dos salários cresceu 1,8% em 2013 e 2,3% nos 12 meses terminados em abril. Tudo isso tem contribuído para reduzir os índices de confiança” na economia.
Durante vários meses, muitos leitores destes jornais esbravejaram: “Imagina na Copa”. Eles reproduziram o complexo de vira-latas das elites e sua visão neoliberal de negação do Estadão. A Copa ocorreu e foi um sucesso reconhecido internacionalmente. A mídia privada não fez qualquer autocrítica das suas previsões terroristas. Agora, ele inicia uma nova ofensiva propagandística na sua guerra psicológica. Por razões meramente eleitoreiras, ela afirma que o Brasil caminha para o caos na economia. Os leitores sem espírito crítico, guiados pela imprensa oposicionistas, já devem estar esbravejando: “Imagina depois da Copa”. Tristes figuras adestradas!
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