sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A hiperespecialização da banalidade


É sempre interessante conhecer as curiosidades dos bastidores da política. No entanto, o detalhamento da banalidade tem chegado a níveis inacreditáveis. Tanto é verdade que a Folha de São Paulo, sem medo de ser feliz, nos propiciou esse chorumito maravilhoso em forma de notícia:


Sim, é isso mesmo que você leu. Ao que parece, a Folha mobilizou um repórter para vigiar de perto Suplicy e registrar todo e qualquer movimento do senador. Foram ao total 11 bocejos durante o debate num intervalo de tempo de apenas 30 minutos. Uma marca espantosa. A reportagem não revela os motivos nem as circunstâncias dos bocejos, mas deixa claro que o senador sacou um lenço de cor azul e "assou" o nariz. Entre uma bocejada e outra, Suplicy ainda teve tempo - vejam só - de mexer em sua página no Facebook pelo celular.

Apesar do excesso de detalhamento da reportagem, algumas perguntas ficaram no ar: qual o tom do azul do lenço? Como ele foi capaz de assar o nariz do senador? Até onde vai essa hiperespecialização da banalidade? Quais são os limites do jornalismo wando?

Eu fico aqui pensando: se até o Suplicy estava com sono no debate, imagine o repórter que foi pro estúdio fazer a contagem dos bocejos. Mas nem palestra sobre o Renda Mínima conseguiria ser tão vibrante.

No SQN

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