sábado, 16 de agosto de 2014

Datafolha - Pesquisa para governador do Paraná

Richa lidera no interior; Requião é o primeiro na região metropolitana de Curitiba. Resultado nas regiões ajuda a explicar o empate técnico, no limite da margem de erro, entre o tucano (39%) e o peemedebista (33%)



A pesquisa Datafolha divulgada ontem pela RPC TV e pelo jornal Folha de S.Paulo, que apontou empate técnico, no limite da margem de erro, entre o atual governador, Beto Richa (PSDB), e seu antecessor, Roberto Requião (PMDB), também revela diferenças significativas entre o eleitorado disposto a votar em cada um dos candidatos. Pelo levantamento, Richa tem 39% das intenções de voto, contra 33% de Requião e 11% de Gleisi Hoffmann (PT). A única situação em que Richa e Requião empatam é entre os eleitores do sexo masculino: 37% para cada um. Gleisi ficou com 11% nesse grupo.

Para o cientista político Emerson Cervi, da Uni­­versidade Federal do Paraná (UFPR), é natural que Richa, que tem um governo “razoavelmente bem avaliado”, apareça na frente nesse momento, já que é o atual governador e tende a ser mais lembrado pelo eleitor. Segundo Cervi, é a partir do início do horário eleitoral, que começa na terça-feira, que as pesquisas devem ser vistas com mais atenção.

Richa lidera com folga entre as mulheres: 41% contra 28% de Requião. Gleisi, que aposta nesse eleitorado, tem 12%. A segunda maior vantagem de Richa sobre o principal adversário se dá no interior: 43% a 31%. Requião, porém, está na frente nos municípios com menos de 50 mil habitantes. Nas cidades pequenas, o peemedebista tem 39% contra 34% de Richa. Os números estão dentro da margem de erro, que é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Apesar de Richa ter conquistado quase 60% dos votos em Curitiba em 2010, Emerson Cervi classifica como normal a diminuição do índice. “Candidatos à reeleição perdem espaço nas grandes cidades e ganham nas pequenas”, disse, explicando que nos grandes centros o eleitor tende a ser mais crítico, já nos pequenos municípios a ligação com o governo é maior, principalmente pelo trabalho dos prefeitos. “O complicador para o Beto, neste momento, é que ele enfrenta um oponente que historicamente tem votos no interior. Portanto, ele precisará dividir esse eleitorado com o Requião”, explica.

Requião lidera em outros dois grupos de eleitores: 39% a 34% entre quem tem curso superior; e 37% a 30% quando somados os eleitores de Curitiba e região metropolitana. Analisando-se apenas a capital, Richa tem 36% contra 31% de Requião. É justamente na Grande Curitiba que Gleisi tem seu melhor resultado: 13%e 15% somando-se os municípios vizinhos. A candidata do PT também atingiu 15% entre os eleitores com ensino médio e entre quem ganha de dois a cinco salários mínimos.

O pior desempenho da petista foi no grupo de eleitores com renda superior a dez salários mínimos: 2%. Já Richa foi mal entre os eleitores de Curitiba e RMC (30%). Já Requião não foi bem entre os eleitores com ensino médio: 27%, o mesmo índice obtido nas cidades com mais de 500 mil habitantes (Curitiba e Londrina).

Quando se leva em consideração o índice de rejeição, Requião lidera com 27%, seguido por Richa (23%) e Gleisi (17%).

Explicação

Candidatos minimizam resultado da pesquisa

O candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) afirmou, por meio de nota, que a campanha está apenas começando. “É a primeira pesquisa e a campanha começa agora no rádio e na TV. Vamos continuar mostrando o que dizemos e o que vamos fazer para o Paraná avançar ainda mais.” Roberto Requião (PMDB) também foi cauteloso. “É um retrato do momento segundo uma tecnologia. Pesquisa tem todo dia, algumas piores, outras melhores”, disse. Ele afirma, entretanto, que a pesquisa lhe dá a “virtualidade de sua vitória”, e que deve beneficiá-lo nos próximos dias devido à “inércia do processo político” após a divulgação dos números. A assessoria da senadora Gleisi Hoffmann (PT) afirmou que ela não irá se pronunciar sobre esta ou qualquer outra pesquisa divulgada até o fim da campanha. A candidata também deve manter a mesma estratégia de campanha adotada até agora.



Por EUCLIDES LUCAS GARCIA E PAULO GALVEZ DA SILVA

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