quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Hospital de Maringá se recusa a tratar do Ebola

Direção afirma que a unidade tem problemas na estrutura física, número insuficiente de leitos e de funcionários, além de superlotação

Pronto-socorro do HU de Maringá, que diz não estar preparado para eventuais casos da doença
O Hospital Universitário de Maringá (HUM), no Noroeste do Paraná, abriu mão de ser referência regional no atendimento de eventuais infectados pelo vírus Ebola no estado. A direção alega que a unidade tem deficiência na estrutura física, número insuficiente de leitos e funcionários, material de trabalho, além de superlotação na unidade de urgência e emergência.
A indicação para que o hospital servisse de base para possíveis infectados pelo vírus foi feito pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no mês passado, logo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitir alerta da doença como sendo evento de emergência internacional de saúde pública. De acordo com o último balanço da organização, divulgado em 26 de agosto, 1.552 pessoas já morreram e 3.069 foram infectadas.
De acordo com o diretor da 15.ª Regional de Saúde de Maringá, Kazumichi Koga, a Sesa tenta uma negociação com o HUM, prometendo adequações no local. Ele diz ainda que a secretaria segue as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária quanto à aquisição de equipamentos de proteção individual, assim como a organização do fluxo de atendimento - uma das queixas do hospital de Maringá. “O hospital público tem a missão de atender a situações como essas. Não é questão de querer ou não. Os hospitais privados podem se negar, mas nós, não. Por isso estamos trabalhando para nos adequar.”
Ele explica que, caso Maringá realmente não queira fazer parte da comissão do estado, os possíveis pacientes seriam encaminhados ao Hospital Universitário de Londrina. No entanto, pontua que, como a cidade recebe muitos estrangeiros, especialmente africanos e haitianos, seria importante que o hospital ficasse em alerta, como medida de prevenção. “Não estamos em epidemia. Tratar pacientes aqui impediria um fluxo deles por outros lugares. É medida de segurança, apenas.”
Reunião
Na semana passada, a Sesa realizou uma reunião com cerca de 200 profissionais da Saúde em Curitiba para uma oficina de capacitação sobre a vigilância, diagnóstico e manejo clínico de casos de Ebola. Coordenadores da 15.ª Regional de Saúde de Maringá estiveram presentes, também para discutir estratégias de convencimento para o HUM.
A Sesa afirma que uma reunião com a direção do hospital deve acontecer ainda nesta semana para definir se a unidade integrará o grupo. Por enquanto, o hospital permanece na lista de atendimento, pois, ainda segundo a Sesa, como não há nenhum caso suspeito da doença no estado, o trabalho ainda é somente de planejamento.

Via Gazeta do Povo

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