terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Servidores anunciam para amanhã marcha com 50 mil contra Richa; Palácio Iguaçu lança ofensiva para criminalizar grevistas


A APP-Sindicato, que congrega professores e funcionários de escolas do Paraná, anunciou que levará sozinha às ruas, nesta quarta (25), 30 mil pessoas em protesto contra o governo de Beto Richa (PSDB). Outras categorias do serviço público também em greve no estado, como servidores, alunos e docentes das universidades, bem como trabalhadores das secretarias de agricultura, saúde, servidores da Justiça e do Tribunal Faz de Contas, etc., deverão colocar mais vinte mil na marcha de amanhã rumo ao Palácio Iguaçu.

Paralelo ao movimento das praças e ruas, o governo tucano convocou o time da propaganda visando criminalizar os funcionários públicos. Marqueteiros pagos a peso de ouro se debruçam desde o último domingo (22) sobre uma estratégica de enfrentamento com grevistas na mídia. É a batalha da comunicação, que até agora Richa perdeu de goleada na opinião pública. A ideia de Richa, que já tentou carimbar professoras de “baderneiras”, seria vender a tese de que está cortando “privilégios” dos educadores, por isso a grita corporativista.

Em outro front da batalha da comunicação, o Palácio Iguaçu espalha que já teria chegado a um “acordo secreto” com a direção da APP-Sindicato, que, após a marcha dos 50 mil até o Centro Cívico, anunciaria acordo com o governo e, concomitantemente, o fim da greve que completará amanhã 17 dias.

Segundo um palaciano, o governo assumiria o compromisso de não reencaminhar o ‘pacote de maldades’ de uma só vez à Assembleia Legislativa. Seria enviado pelo método “Jack Estripador”, em partes, sem transformar o plenário em comissão geral (tratoraço). Entretanto, a alma dos projetos continuaria sendo a mesma que provocou a ocupação da Assembleia duas vezes: a retirada de conquistas e o confisco de R$ 8 bilhões da poupança previdenciária dos servidores públicos.

O objetivo em prolongar o debate acerca da Previdência, ainda segundo o palaciano, seria tirar dos ombros da APP-Sindicato o peso da responsabilidade pela manutenção da greve por uma bandeira (aposentadorias e pensões) que diz respeito a todo o funcionalismo. Ou seja, a pauta seria submetida ao Fórum de Entidades Sindicais (FES), que congrega 17 sindicatos. Dessa forma, caso os educadores tirassem o corpo fora da questão previdenciária, calcula o Palácio Iguaçu, dividiria o movimento paredista que abala o governo Beto Richa.

“Não é verdade”, desmentiu o professor Celso Santos, diretor de secretarias municipais da APP-Sindicato. Ele ironizou a contrapropaganda governista: “Será que eles têm bola de cristal?”, questionou, ao confirmar que uma terceira reunião está agendada para amanhã, a partir das 10 horas, no Palácio Iguaçu.

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