quinta-feira, 9 de abril de 2015

Samu Noroeste pode parar por falta de repasse de verbas



Além do atraso no envio de verbas dos governos Estadual e Federal, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência encontra dificuldades para receber recursos de algumas prefeituras

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode deixar de funcionar em 85 municípios da macrorregião Noroeste do Paraná. O motivo: falta de repasse de verbas por parte de 46 prefeituras.
Considerando as pendências desde novembro de 2013, a dívida acumulada é de R$ 2.451.431,64.

É o que mostra um relatório organizado pela equipe do Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná (Ciuenp). De acordo com o documento, a região da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar) tinha 16 cidades na lista até 30 de março.
O documento foi apresentado durante assembleia realizada em Paranavaí, no mês passado. Na ocasião, os participantes aprovaram medidas emergenciais para tentar zerar a inadimplência entre as prefeituras da macrorregião Noroeste.

Também debateram meios de colocar em dia os repasses dos governos Estadual e Federal, que juntos devem quase R$ 1,5 milhão.

De acordo com informações do Samu, pode haver, sim, divergências de informações, por isso, a orientação para os municípios que estão na lista, mas já quitaram os débitos, é que entrem em contato com a equipe administrativa do Samu e informem sobre o pagamento.

O Samu começou as atividades no Noroeste do Paraná em 22 de novembro de 2013. De lá para cá realizou mais de 88.300 atendimentos nos 85 municípios da área de abrangência do Ciuenp.
O território inclui quatro Regionais de Saúde (Campo Mourão, Cianorte, Paranavaí e Umuarama) e totaliza 1 milhão de habitantes.

A LISTA - Entre os municípios da Amunpar listados no relatório do Ciuenp estão Alto Paraná (R$ 41.544,36), Diamante do Norte (R$ 18.250,80), Guairaçá (R$ 86.666), Inajá (R$ 4.650), Itaúna do Sul (R$ 45.305,10), Jardim Olinda (R$ 2.265,60), Marilena (R$ 39.674,20), Nova Londrina (R$ 88.397,60), Paranapoema (R$ 21.937,60), Planaltina do Paraná (R$ 3.411,20), Porto Rico (R$ 4.689,80), Querência do Norte (R$ 49.963,50), Santa Cruz de Monte Castelo (R$ 21.128,40), Santa Mônica (R$ 6.140), Santo Antônio do Caiuá (R$ 35.911) e Tamboara (R$ 63.314,90).

RESPOSTAS - A reportagem do Diário do Noroeste tentou contato com prefeitos e secretários de Saúde dos municípios da Amunpar citados no relatório do Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná.

As respostas obtidas até o fechamento desta matéria mostraram que Santo Antônio do Caiuá e Marilena estão renegociando os débitos. Planaltina do Paraná pagará até o final desta semana. Porto Rico realizou o pagamento. Diamante do Norte identificou divergências de informações, mas quitaria o valor caso a pendência fosse confirmada. Inajá disse não haver débito. Nova Londrina não esclareceu como resolverá as pendências. O restante dos municípios não se manifestou.

Confira as respostas de prefeitos e secretários municipais da região

Nova Londrina. O prefeito Dornelis José Chiodelli disse que o  valor per capita cobrado das prefeituras aumentou consideravelmente, passando de R$ 0,30 para R$ 0,80, o que totalizaria mais de R$ 80 mil desde o início do funcionamento do Samu na região. Segundo ele, a pequena quantidade de atendimentos feitos de lá para cá não justificaria o alto valor do repasse.

Planaltina do Paraná. A secretária de Saúde Roberta Fernanda Aleixo Colombo informou que houve atrasos por causa de dificuldades financeiras, mas garantiu que até o final da semana o pagamento seria feito.
Diamante do Norte. O prefeito Daniel Domingos Pereira informou que a Administração Municipal tem feito regularmente os repasses ao Ciuenp. A divergência de informações, disse, seria verificada e caso houvesse pendências, seriam devidamente quitadas.

Porto Rico. A Administração Municipal afirmou que as pendências com o Samu foram identificadas na tarde de ontem e o pagamento foi feito em seguida. O departamento financeiro do Samu confirmou o repasse.
Santo Antônio do Caiuá. O prefeito José Alves de Almeida confirmou que existem pendências, resultado das dificuldades financeiras e de algumas questões contábeis. Mesmo assim, garantiu que um novo parcelamento do débito foi feito para pagamento em nove vezes.

Inajá. O prefeito Alcides Elias Fernandes afirmou que a Administração Municipal não tem dívida com o Samu, visto que foram repassados R$ 4.976 no dia 26 de março, inclusive excedendo o que deveria ser pago.

Marilena. O secretário de Administração Lenon Alexandre Bilieri esclareceu que as pendências foram renegociadas e o pagamento dos novos valores já está sendo planejado. Ele explicou que um dos motivos para quitar os débitos foi a redução no repasse de ICMS nos últimos anos. Ele avaliou que o próprio Samu poderia reduzir custos e despesas, para que a parceria com os municípios fosse mais eficiente, e lembrou que os governos Estadual e Federal também precisam cumprir os respectivos compromissos.

Fonte: REINALDO SILVA

Nenhum comentário:

Postar um comentário