terça-feira, 9 de junho de 2015

Professores do Paraná decidem nesta terça se encerram greve

Em greve há 45 dias, os professores da rede de ensino do Paraná decidem nesta terça (9) se voltam às aulas. O Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) marcou assembleia para esta manhã a fim de avaliar a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo. A greve atinge aproximadamente 1 milhão de alunos em todo o estado, matriculados em cerca de 2,1 mil escolas da rede.

Professores do Paraná em passeata.
A categoria pede 8,17% de aumento na data-base, além da garantia de que as faltas não serão descontadas na folha de pagamento. As duas greves dos professores já consumiram 49 dias letivos, segundo o governo, desde o início do ano. Pela Lei de Diretrizes e Bases, que regulamenta a educação no Brasil, as escolas devem cumprir pelo menos 200 dias letivos. A Secretaria de Educação diz que só vai montar um calendário para a reposição das aulas após o fim da greve.

A segunda fase da greve dos professores paranaenses começou em 25 de abril. Eles decidiram cruzar os braços, depois de o governo reenviar projeto de lei à Assembleia Legislativa, propondo mudanças na Previdência dos servidores estaduais. Os professores foram contra, argumentando que a medida colocava em risco a sustentabilidade da Previdência estadual.

Para protestar contra as mudanças, os professores acamparam no Centro Cívico, em Curitiba, onde fica a Assembleia e a sede do governo do Paraná. No dia 29 de abril, os deputados estaduais decidiram votar o projeto. Para dispersar os manifestantes que se reuniram em frente à Assembleia, a Polícia Militar (PM) usou balas de borracha, bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e cães. A ação deixou mais de 200 pessoas feridas. O projeto de lei foi aprovado e sancionado pelo governador Beto Richa menos de 24 horas após o protesto.

Depois da operação da polícia, o secretário de Educação, Fernando Xavier, envolvido na negociação com os professores, pediu demissão. O secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, e o comandante-geral da PM, coronel Cesar Vinicius Kogut, também pediram exoneração do cargo.

O Ministério Público do estado e o Ministério Público Federal investigam se houve abuso dos policiais durante o protesto.

A primeira etapa da paralisação, de fevereiro para março, ocorreu quando a Assembleia Legislativa do Paraná votaria um conjunto de medidas propostas pelo governo estadual para reduzir despesas e gerar receitas. Funcionários públicos estaduais ocuparam o plenário da Casa, até que o Executivo retirou os projetos e se comprometeu a não apresentar qualquer medida que suprimisse direitos dos servidores públicos. À época, os professores ficaram 29 dias parados.

Fonte: Agência Brasil

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