Uma eventual independência da Catalunha teria importância além das fronteiras da península Ibérica e abalaria as bases da União Europeia, avalia Quim Arrufat, deputado no parlamento catalão pela Candidatura d'Unitat Popular-Alternativa d'Esquerres (CUP-AE, esquerda independentista).
"A reflexão vai além do caso catalão. Assim como
parecia que iria ocorrer na Grécia, ainda que não tenha acontecido, em algum
lugar do sul da Europa algum povo terá que levantar e fincar a bandeira da
soberania e da dignidade democrática", disse Arrufat ao mencionar que este
pode ser o caso da Catalunha. Segundo ele, a CUP "insiste que qualquer
cenário de soberania passa por um cenário a curto prazo de ruptura democrática
para fazer prevalecer a vontade democrática sobre o monopólio político que têm
o Estado espanhol e o mercado sobre nossas vidas."
Arrufat acredita na possibilidade de "reações
autoritárias" por parte do governo espanhol, que pode tentar "impedir
as eleições" e o "processo de independência" e afirma que tais medidas
vão contra o senso comum democrático.
O deputado acredita que uma Catalunha independente só pode
existir fora da União Europeia.
"Acreditamos que para conseguir marcos de soberania
suficientes, para poder fazer mudanças econômicas e sociais em nossa sociedade
que mudem esta lógica que nos leva à ruína por um caminho em direção a uma
lógica mais humana, social e democrática, muita coisa teria que mudar
radicalmente e não vamos nada nesta União Europeia."
Arrufat crê que, ainda que ao "estabelecimento catalão
seja preocupante a saída da União Europeia, o que nós pleiteamos em termos
sociais e democráticos" não tem futuro dentro das relações internacionais
do que classifica como "jaula".
"Esta União Europeia não é neutra. É um projeto
ideológico, político e econômico muito concreto em favor de uma elite que detém
o poder financeiro. Assim como toda história da Europa, este projeto econômico
é basicamente injusto e gera desigualdades sociais porque enfrentam
competidores regionais e querem superá-los", afirma Arrufat, fazendo
menção à competição com os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul).
Fonte: Sputnik News
Via - Portal Vemelho
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