Enquanto a imprensa cria factoides em cima das ilações contra o PT, Dilma e Lula que surgem dos vazamentos seletivos da Operação Lava Jato, o mesmo não acontece com Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e candidato derrotado nas urnas, que já apareceu em diversas delações, depoimentos de empreiteiros e até anotações de esquemas.
Por meio de mensagem telefônica , Léo Pinheiro (OAS) diz que ia se encontrar com Aécio. O tucano, por sua vez, diz que se encontrou com o empreiteiro, mas não lembra quando |
A primeira citação foi feita no depoimento do doleiro Alberto Youssef, que afirmou que o senador era responsável pelo esquema de propinas de Furnas. Como as investigações da Operação Lava Jato tratavam da Petrobras, o Supremo Tribunal Federal decidiu não arquivar as denúncias.
Depois o nome de Aécio apareceu em anotações encontradas em
um escritório da UTC Participações, em São Paulo, num esquema para abafar a CPI
da Petrobras. Segundo os papéis, o senador tucano teria "escalado"
dois colegas, Álvaro Dias (PR) e Mario Couto (PA), para "fazer
circo".
Agora, o Estadão publicou matéria em seu site, nesta
segunda-feira (13), em que afirma que o empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente
da OAS e réu na Lava Jato, indicou em mensagem de celular, em 2012, que se
encontraria com o tucano. Como o foco é criminalizar as doações ao PT, a
matéria requenta o factoide sobre a relação de Lula com os empreiteiros
deixando de lado o fato de Aécio também aparecer nas investigações.
Segundo a publicação, nas trocas de mensagens do celular de
Léo Pinheiro que foram interceptadas pela Polícia Federal citam “brahma”, que
eles dizem se tratar do ex-presidente Lula. Essa suposição foi manchete de
diversos jornais durante mais de uma semana. Mas o fato novo é que os
empreiteiros também mencionam “Aécio” e indicam que o executivo teria se reunido
com o tucano senador do PSDB em 2012 ao mesmo tempo em que a empreiteira
buscava apoio de políticos ligados ao PT para expandir a atuação da empresa na
África.
A reportagem afirma que o tucano admitiu por meio de nota
que já se encontrou com o executivo, mas disse não se recordar da data
especifica. Diferentemente do que a imprensa faz com o ex-presidente Lula, o
jornal fez questão de dizer que a Polícia Federal não atribui no relatório
nenhuma suspeita sobre o tucano nem sobre o ex-presidente Lula. “O documento de
38 páginas apenas transcreve correspondências do empreiteiro Léo Pinheiro nas
quais são citados “Aécio””, diz o Estadão.
Apesar da matéria se tratar do Aécio, boa parte do conteúdo
foi para lançar suspeitas sobre a relação de Lula com os empreiteiros. A
transcrição da mensagem do empreiteiro encaminhada no dia 26 de novembro de
2012 ao então diretor superintendente da OAS Internacional Augusto Cézar Uzeda,
diz: “Quem marcou foi a Mônica, mulher de Franklin. Segundo ela, seria uma
aproximação para 2014. Ele deve coordenar. Disse-me também que os dois estão em
pé de guerra. Vou confirmar sua ida. Nesse mesmo horário vou estar com Aécio”.
A matéria diz ainda que a mensagem é a "única"
citação em que aparece o nome de Aécio nas conversas de Léo Pinheiro no
relatório da Polícia Federal.
“A mensagem, contudo, não deixa claro o que seria a
“aproximação para 2014”, ano das eleições, ou mesmo porque os executivos teriam
marcado o encontro com Aécio no mesmo período em que tratavam com políticos do
PT”, indaga a matéria do Estadão. Pouco depois de duas semanas do envio da
mensagem, Aécio foi lançado pré-candidato a presidente da República pelo PSDB
para 2014.
Via Portal Vermelho
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