quarta-feira, 29 de julho de 2015

Municípios do Noroeste não conseguem conter a circulação do vírus da dengue

Poder público precisa intensificar ações de combate à doença
Foto: Arquivo DN

Por Reinaldo Silva

Se nada for feito para reverter a situação, o Extremo-Noroeste poderá enfrentar uma epidemia da doença tão grave quanto a de 2013, quando mais de 10 mil casos positivos foram registrados só em Paranavaí.
á são 4.086 casos positivos de dengue em todo o Extremo- Noroeste do Paraná. Sete deles foram confirmados nas últimas três semanas, o que significa que ainda há circulação viral nos municípios da região. “É uma situação tipicamente endêmica”, declarou o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde, Walter Sordi Junior.

E deveria ser diferente. “Os índices do vetor estão altos mesmo com o frio”, disse. Para se ter uma ideia, há municípios com 6%, 8% de infestação por larvas do mosquito transmissor da dengue. Se nada for feito para reverter a situação, o Extremo-Noroeste poderá enfrentar uma epidemia da doença tão grave quanto a de 2013, quando mais de 10 mil casos positivos foram registrados só em Paranavaí.

Sordi Junior afirmou que a culpa deve ser dividida entre poder público e população. “A responsabilidade é de todos, mas tem municípios em que o problema é ainda maior”. Há casos em que as condições que levaram ao surto ainda não foram eliminadas: “A cidade está suja, os bueiros estão entupidos, as caixas d’água com tampas rachadas. Parece que não estão nem aí”, disse.

É preciso haver mudanças. “Esperamos que a partir de agosto chova menos”, argumentou o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde. Segundo ele, uma temporada longa de chuvas favorece a procriação do Aedes aegypti e prejudica os trabalhos dos agentes públicos. Mesmo dentro das residências e empresas fica mais difícil eliminar focos de larvas do mosquito.

Sordi Junior foi categórico ao dizer que sem conscientização e mobilização não haverá resultados práticos no combate à dengue. “Precisamos saber do poder público, dos moradores e dos empresários o que eles querem. Se é acabar com a dengue ou deixar que a situação seja tão difícil como foi antes”.

Por enquanto, os números registrados desde 1º de janeiro mostram que 6.205 pessoas procuraram ajuda médica porque apresentaram sintomas de dengue. Desse total, 4.086 contraíram a doença. Outros 1.950 pacientes foram submetidos a exames laboratoriais e os resultados foram negativos. 169 análises ainda estão pendentes.

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