Por tentar coagir ou intimidar testemunhas da operação Lava
Jato, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode ser preso
preventivamente ou afastado do cargo durante o recesso parlamentar
A procuradoria-geral da República, comandada por Rodrigo
Janot, trabalha com a informação de que o presidente da Câmara teria
pressionado não apenas o delator Júlio Camargo, da Toyo Setal, como o lobista
Fernando Soares, tido como “operador” do PMDB.
“Tentar ocultar provas ou coagir testemunhas é uma das
razões previstas em lei para a decretação de prisão preventiva de um
investigado. De acordo com um ministro do STF que se diz ‘impressionado’ com as
declarações dos delatores de que sofrem ameaças, a corte tem sido implacável em
casos assim”, informa a colunista Mônica Bérgamo.
Cunha, que foi acusado por Júlio Camargo, da Toyo Setal, de
exigir US$ 5 milhões em propinas, acusa Janot de persegui-lo para ser
reconduzido ao cargo de procurador-geral em setembro. O advogado de Fernando
Soares, Nélio Machado, nega que seu cliente esteja sendo intimidado. “A pressão
que ele recebe é na cadeia para fazer delação”, diz Machado.
Segundo a Folha, o afastamento é mais provável do que a
prisão. “A procuradoria-geral, no entanto, dificilmente fará pedido semelhante
ao STF. Uma das razões é que, ainda que as supostas ameaças pudessem ser
provadas e que a corte, numa atitude extrema, admitisse a prisão de Eduardo
Cunha, ela só seria efetivada se autorizada pela Câmara dos Deputados – onde o
peemedebista mantém ainda grande influência”, diz ela.
“Os procuradores seguem discutindo, no entanto, a hipótese
de pedir o afastamento de Cunha da presidência da Câmara, como antecipou a
coluna. A alegação seria a de que, no cargo, ele tem poder para tentar
atrapalhar as investigações. “
Via Brasil 29
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