quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Caos no RS: gaúchos lamentam seu voto?

Nas eleições do ano passado, os gaúchos entraram na onda da mídia antipetista - que fez sistemática e ostensiva campanha contra o governador Tarso Genro - e elegeram para chefiar o Estado um político inexpressivo e sem estofo; José Ivo Sartori (PMDB). Passados seis meses, porém, eles já devem estar arrependidos.

Nesta segunda-feira (3), os servidores públicos do Rio Grande do Sul realizaram uma greve de advertência de 24 horas. Eles protestaram contra a decisão do governo de parcelar o salário do funcionalismo. Caso José Ivo Sartori não recue na sua medida antipopular, a categoria promete deflagrar uma paralisação por tempo indeterminado a partir de 18 de agosto.

A mídia privada, principal cabo-eleitoral do desconhecido peemedebista, até tentou abafar o protesto. Mas a adesão ao movimento foi significativa. As escolas estaduais permaneceram fechadas, os ônibus não circularam e até a PM cruzou os braços. Segundo reportagem da Folha, "a maioria dos policiais militares não saiu dos quartéis nesta segunda. Sem policiamento, os ônibus deixaram de circular pela manhã... O comando da Brigada Militar colocou nas ruas soldados sem formação. 'Os alunos foram usados para dar impressão de normalidade', disse Leonel Lucas, da Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar. A associação chegou a pedir a prisão do governador Sartori por descumprimento de ordem judicial que proibia o parcelamento dos salários".

Na semana passada, o governo gaúcho anunciou que, "devido à crise econômica", só pagará o salário integral aos servidores que ganham até R$ 2.150. Os demais funcionários públicos, cerca de 48% do total, receberão em mais duas parcelas, em 13 e 25 de agosto. José Ivo Sartori também tem defendido a privatização dos serviços públicos - chegou até a especular com a redução das escolas estaduais - e o aumento dos impostos. O clima entre os 350 mil servidores gaúchos é de revolta e indignação.

Há anos que o Rio Grande do Sul aparece como o Estado mais endividado da federação. Na gestão de Tarso Genro, o governo nunca atrasou salários ou cogitou seu parcelamento. Agora, porém, o golpe foi desfechado. Ainda há o risco da União bloquear os repasses financeiros para várias obras no Estado, já que o governo local não está honrando seus compromissos. A tendência é de radicalização dos conflitos nas terras gaúchas. O candidato forjado pela mídia para derrotar o petista Tarso Genro em outubro passado vai se mostrando uma enorme e trágica fraude eleitoral.

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