segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Espanha corre perigo de converter-se em outra Grécia, diz Varoufakis

Madri, 2 ago  - O ex-ministro de Finanças grego Yanis Varoufakis advertiu hoje que Espanha corre o perigo de se converter em outra Grécia se seguir repetindo os mesmos erros.

Os espanhóis devem olhar sua situação e valorizar que precisam, independentemente do que passe em qualquer lugar: O perigo de converter-se em Grécia segue aí e se fará real se seguem repetindo os mesmos erros, expressou Varoufakis em entrevista com o diário El País.

O político grego alertou ao respeito que o país heleno se utiliza como uma espécie de partida de futebol para os políticos de direita, que fazem questão de assustar com Grécia à população de outras nações.

Segundo seu critério, castigar o orgulho de uma nação para atemorizar a outros não é a ideia da Europa pela que lutaram os políticos Felipe González, da Espanha; Valéry Giscard d'Estaing, da França ou Helmut Schmidt na Alemanha.

Em relação ao ocorrido, o ex-ministro grego que renunciou a seu cargo depois do acordo de Atenas com a Comissão Europeia, afirma que apesar de ser considerado uma falha esse processo abriu um debate não só sobre Grécia, mas sobre a Europa, que vale seu peso em ouro.

O governo grego -apontou- foi eleito para negociar duro, com argumentos inaceitáveis para a eurozona; o mandato era claro: conseguir um pacto com Europa com a ideia de dizer aos sócios que não podiam seguir afogando a Grécia dessa forma desumana.

Os gregos lançamo-nos com uma força imparável contra um Eurogrupo com uma lógica inabalável e irracional; o resultado tem sido um montão de ruído e, espero, também algo de luz, sublinhou Varoufakis.

Ao mesmo tempo considerou que o terceiro resgate a Grécia está desenhado para fracassar pois o ministro alemão Wolfgang SchÃñuble nunca esteve interessado em pactuar algo funcional mas em redesenhar a eurozona e jogar a Grécia dela.

Em sua opinião a saída da Grécia se utilizará para criar o medo e impor as posições da troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco central Europeu) em todas partes, incluindo Madri e Roma, mas especialmente em Paris.

Segundo o critério de Varoufakis, na Grécia ocorreu um golpe de Estado mediante a asfixia do país através de restrições de liquidez. O resultado -apontou- é o mesmo que ter derrocado a um governo ou lhe ter forçado a se derrocar a si mesmo.

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