segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Acusado da morte do casal se nega a falar

“Os resultados dos exames são provas incontestáveis. Agora iremos trabalhar para definir a participação efetiva das pessoas envolvidas. Não queremos cometer injustiça”, disse o delegado.

A Polícia Civil e a Polícia Científica atendeu a imprensa

Marcelo de Oliveira Choti (Turcão), 33 anos, se negou a prestar depoimento na tarde de anteontem para o delegado Carlos Henrique Rossato Gomes. Apontado como assassino do casal André Fernandes de Freitas Perez Silva (21 anos), e Gabriela Cerci Bernabe Ferreira, (25 anos), ele está preso na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM).

Informalmente assumiu que usou um revólver calibre 38 para render os jovens, que foram encontrados mortos na tarde do dia 4 de abril em um quarto de motel na BR-376 em Paranavaí.

Turcão já tinha sido ouvido duas vezes pela Polícia Civil e negou estar no motel na noite do crime. Em uma ocasião foi solicitado para ele ceder material para um exame genético (DNA) e o pedido foi negado.

O material foi colhido dias depois após o acusado usar um copo descartável. A Polícia Científica confrontou o material colhido no corpo de Gabriela com a saliva que estava no copo. O resultado foi que o material era compatível, dando assim a certeza que Turcão foi a terceira pessoa no quarto durante a madrugada do crime.

PERFIL - O depoimento do acusado será fundamental para esclarecer de vez os fatos, já que várias perguntas permanecem sem respostas. A polícia tenta elucidar se o assassino foi para o motel e entrou no quarto para assaltar ou para cometer um crime sexual, com a situação fugindo do seu controle.

Para o delegado Rossato Gomes o perfil do criminoso é de assaltante, porém, não foi possível afirmar se algo foi roubado do local. Isso porque a cena do crime foi totalmente alterada. Outro fato que chama a atenção é que o carro da vítima e os telefones celulares não foram roubados.

Outro ponto que tem de ser esclarecido é a participação do primeiro suspeito, ainda foragido. O acusado tem a prisão decretada e deu uma declaração negando a autoria e colocou Turcão na cena do crime. O documento desse suspeito, entregue à polícia, teve a assinatura reconhecida em cartório e foi entregue por advogado.

No documento o primeiro suspeito confirma que estava no motel. Diz que foi pernoitar naquele local porque tinha se desentendido com a esposa e que deu carona para Turcão (que na época era foragido da penitenciária de Maringá) para dormir dentro do carro.

O foragido nega que tivesse conhecimento das intenções ou dos atos que Turcão faria no período que estivesse no motel. O fato de sua versão ter levado até o assassino dá uma credibilidade parcial. Já o fato de permanecer foragido dá descrédito para o argumento de inocência.

TRABALHO EM EQUIPE - Na manhã de ontem o diretor da Polícia Científica do Paraná, Hemerson Bertassoni, esteve na Delegacia de Paranavaí e entregou oficialmente para o delegado Luiz Carlos Mânica o laudo e os documentos feitos em Curitiba.

Mânica ressaltou o trabalho em equipe realizado pela Polícia Civil e pela Polícia Científica. “Os resultados dos exames são provas incontestáveis. Agora iremos trabalhar para definir a participação efetiva das pessoas envolvidas. Não queremos cometer injustiça”, disse o delegado.

Bertassoni informou que não é possível atestar como se desenrolaram os fatos dentro do quarto, porém, foi taxativo em dizer que através do material colhido é possível afirmar que não foi encontrado nada que indique a presença de uma quarta pessoa na cena do crime.

FAMÍLIA DE GABRIELA - De acordo com o advogado Altino Carlos Borges Rodrigues, a família de Gabriela ainda aguarda que todos os fatos sejam esclarecidos. Os parentes da vítima questionam qual foi a participação do segundo suspeito.

“A família está ansiosa e espera que a justiça seja feita. Existem muitas perguntas ainda sem respostas. Eles querem saber como aconteceu, qual era a intenção e o que motivou. Esse resultado do exame genético esclareceu parcialmente os fatos”, disse Rodrigues.

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