quinta-feira, 17 de setembro de 2015

É um tal de "disse me disse"


A história é simples, destas de vizinhas fuxiqueiras, sente-se para não cansar, se aprochegue para melhor escutar.

No tal do "disse me disse", ouvi dizer por aí, nesse mundão de meu Deus, que fulano bajulando ciclano se atreveu a maldizer de beltrano.

Num sei a modo de que, por mando de quem, a conversa chegou aos ouvidos mais alcoviteiros de toda a redondeza. A figura emblemática, dotô de terno e gravata, se espichou feito gato escaldado abocanhando o microfone a fim de contá uma conversa fiada.

A prosa à toa coisa boa num pudia dá! Corriqueiro, malfeitor, língua de trapo, sem medir as palavras foi logo se atirando, e no disse me disse, foi pego com a boca na botija e, por fim, teve que se desculpar. Tanta tontice, abestado maior não existe do que estes que num tal de disse me disse se atrevem a fuxicar.

Eu na minha crendice, cego pra tudo que se diz verdade, prefiro ouvir o canto do galo do que as vozes que nos tempos da carochinha se ouvia falar.

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