segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Famosos e politicos são principais latifundiários contra povos indígenas

Entre os latifundiários algozes dos Guarani, estão não só anônimos, mas alguns famosos, que reivindicam propriedade de fazendas na área em conflito.


Segundo informações do blog União Campo Cidade e Floresta, nomes como Ratinho, Ronaldo Caiado e Regina Duarte estão em títulos de propriedade de terra. “Regina Duarte lidera o setor pecuarista contra os povos indígenas, participa de comícios contra as demarcações e contra os povos indígenas em todo Brasil. No MS ela é a “Garota Propaganda” em campanhas contra indígenas”, registra o blog.

Segundo o jornalista Leonardo Sakamoto, a pecuarista Regina Duarte disse em discurso no ano de 2009, na abertura da 45ª Expoagro, em Dourados (MS), que está solidária com os produtores e lideranças rurais quanto à questão de demarcação de terras indígenas e quilombolas no estado. “Podem contar comigo, da mesma forma que estive presentes nos momentos mais importantes da política brasileira.” Ela e o marido são criadores da raça Brahman em Barretos (SP).

No texto, Sakamoto registra que Regina disse: ““Confesso que em Dourados voltei a sentir medo”, afirmou a atriz, com referência à previsão de criação de novas reservas na região de Dourados. “O direito à propriedade é inalienável”, explicou ela, de forma curta, grossa e maravilhosamente elucidativa o que faz do BRASIL um brasil.”

Era 2009 e na época, como já relatamos, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva deu posse da terra aos Guarani Kaiowá, porém em 2010 o então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes spendeu os efeitos do documento e os indígenas foram mais uma vez expulsos da área, se alojando às margens da estrada, ao lado da entrada de uma das fazendas invasoras.

Combustível – Para entender melhor a questão pela terra que envolve e oprime os indígenas em Mato Grosso do Sul, antes é necessário dizer que ela está intrinsecamente ligada à exploração do biocombustível proveniente do álcool produzido da cana. Os poucos Guaranis da floresta, ou Kaiowás, que sobreviveram ao plantio do mate na primeira metade do século XX e posteriormente pelo boom da agricultura canavieira, hoje estão ameaçados de extinção por essa política genocida para a exploração da terra, que inclui expulsões e assassinatos promovidos pelos latifundiários criadores de gado.

O território em lide tem cerca de 400 hectares e foi retomado pelos indígenas em 2009, na época que Lula assinou o Decreto nº12.367, mesma época que a atriz-pecuarista falou de seu apoio a essa luta que vem se arrastando e massacrando lenta e paulatinamente os índios, como se as vítimas fossem os pobres fazendeiros.

Em maio de 2011 os Kaiowá resolveram retomar o território e desde então, massacres se alternam com o ritual do Jejuvy, que é o agora famoso ritual de suicídio praticado por indígenas dessa etnia, mas que não tem nada a ver com a “morte coletiva” anunciada pelos indígenas. Em janeiro deste ano, os fazendeiros tentaram a reintegração de posse da área na Justiça Federal, mas o despejo foi suspenso pelo Tribunal Regional Federal da 3a. Região (TRF-3), em São Paulo, onde ainda tramita o processo dos fazendeiros contra os indígenas.

Vale registrar que o Relatório de Identificação da Terra Indígena, realizado pelo antropólogo Levi Marques Pereira e publicado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), atesta, em fontes documentais e bibliográficas, a presença dos guarani na região desde o século XVIII. Já o Relatório de Identificação e Delimitação da Terra Indígena foi publicado em 2004 e a demarcação homologada pela Presidência da República em 2009 (Decreto nº12.367) e suspensa pelo STF.

Sesmarias – Todas as terras do Estado do Mato Grosso do Sul e do Norte, as mais cobiçadas para o cultivo da cana, são avaliadas como as mais adequadas para esse fim pelos que a exploram para a produção do biocombustível, embora depois da primeira colheita a terra se tornar improdutiva para outro fim durante muito tempo, ou para sempre, se não houver o tratamento de recuperação.

Elas chegaram às mãos dos fazendeiros à custa da exploração durante a colonização, em que essas terras se tornaram Sesmarias e os índios eram explorados e catequizados. A guerra em que as populações indígenas reivindicam o direito pela terra atualmente invadida por fazendeiros está sendo travada nos municípios da região sul e especialmente do Cone Sul do Estado, em Mato Grosso do Sul, na faixa de fronteira entre Brasil e Paraguai. Falamos especificamente das terras denominadas Arroio-Korá, no município de Paranhos.

Na década de 1940, os primeiros proprietários adquiriram as terras junto ao Governo do, então, Estado de Mato Grosso e expulsaram os índios. Contudo, os povos de Arroio-Korá permaneceram no solo de seus ancestrais, trabalhando como peões em fazendas, vivendo em situação precária e improvisada em barracos de lona na beira de estradas e em reservas indígenas.

Com informações do Dossiê 188 do Esquerda. net.

Via - M PORTAL

Nenhum comentário:

Postar um comentário