quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Uruguai rememora aniversário 95 do nascimento de Mario Benedetti


Intelectuais uruguaios comemoram hoje o 95 aniversário de nascimento do destacado escritor, poeta e ensaísta Mario Benedetti, falecido em 2009, depois de deixar uma valiosa e volumosa obra.

A Fundação Mario Benedetti recordará o autor de novelas como 'A Trégua' e 'Gracias por el fuego' (Obrigado pelo fogo) e anunciará o Prêmio Internacional Mario Benedetti pela luta dos Direitos Humanos e a Solidariedade.

Benedetti publicou sete romances, o último foi 'Andamios' (1996), 30 poemários, 17 ensaios, 10 livros de contos, quatro obras de teatro e oito discos, destes, vários junto ao cantor e compositor uruguaio Daniel Viglietti.

A obra do integrante da prestigiosa Geração de '45, à qual pertenceram intelectuais como Idea Vilariño e Juan Carlos Onetti, soma mais de 80 livros, vários deles traduzidos a mais de vinte de idiomas.

Filho de uma família de trabalhadores, interrompeu seus estudos cedo, viajou à vizinha Argentina e, ao voltar, dirigiu a publicação 'Marginalia' e editou o volume de ensaios 'Peripecia y novela' (Peripécia e novela).

Pouco depois, fez parte da redação e depois dirigiu a seção literária do semanário 'Marcha', onde trabalhou até 1974, ano em que foi preso pelo regime de Juan María Bordaberry. Também escreveu na importante revista literária 'Número'.

Em 1964, foi crítico de teatro do jornal 'La mañana', colaborador da revista 'Peloduro', e comentarista de cinema na 'Tribuna Popular'.

Em outra ordem, Benedetti foi representante do Movimento 26 de Março na Mesa Executiva da Frente Ampla desde 1971 a 1973 e dirigiu o Departamento de Literatura Hispano-americana na Universidade da República.

O golpe de Estado de 1973 o obrigou a abandonar o país e viajou à Argentina, depois a Peru, Cuba e Espanha. Ao todo, viveu 10 anos de exílio separado de seus familiares.

De volta ao Uruguai em 1983, integrou o Conselho Editor da nova revista 'Brecha' (continuidade de Marcha, fechada em 1974) e participou em mobilizações de denúncia dos crimes cometidos durante a ditadura militar (1973-1985).

A obra de Benedetti foi premiada em diversos países, incluindo Bulgária, Chile, El Salvador, Espanha, Itália e Venezuela, além do próprio Uruguai.

Em Cuba, onde trabalhou na Casa das Américas, recebeu a Ordem Félix Varela e a Medalha Haydeé Santamaría, ambos entregues pelo Conselho de Estado de Cuba, entre outras homenagens.

Depois de sua morte aos 88 anos de idade, seus restos foram velados com honras no Salão dos Passos Perdidos do Palácio Legislativo, rodeado de uma multidão de intelectuais, universitários e trabalhadores.

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