No mesmo dia em que, há exatamente um ano, a presidente
Dilma Rousseff conquistava o segundo mandato nas urnas, com uma vitória
apertada contra Aécio Neves, no segundo turno, pesquisa Ibope divulgada nesta
segunda-feira pelo Estadão mostra o aumento da rejeição dos principais nomes
que poderão disputar a sua sucessão em 2018.
O mais rejeitado de todos é o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que deixou o governo em 2010, com 83% de aprovação popular, o maior
índice já registrado pelo Ibope. Às vésperas de completar 70 anos, o percentual
dos que não votariam de jeito nenhum em Lula chegou a 55% (em maio do ano
passado, eram 33%) nesta pesquisa que foi a campo entre os dias 17 e 21 de
outubro.
O dado mais significativo apontado pelo Ibope mostra que o
aumento da rejeição das principais lideranças políticas do País é generalizado,
com a queda da popularidade de Lula não beneficiando nenhum dos possíveis
candidatos da oposição.
Em um ano, aumentou de 42 para 47% o número de eleitores que
não votariam de jeito nenhum no tucano Aécio Neves. A rejeição de Marina Silva,
que acabou de legalizar seu partido, a Rede, subiu de 31 para 50%. Os
concorrentes de Aécio no PSDB também viram sua rejeição subir: a de Geraldo
Alckmin chegou a 52% e a de José Serra foi de 47 para 54%, ambos em situação de
empate técnico com Lula neste item negativo para suas eventuais candidaturas
presidenciais.
Entre os que votariam com certeza num candidato, Lula está
na frente, com 23%. Aécio vem em segundo lugar, com 15%, Marina, em terceiro,
com 11%. Serra teria 8% e Alckmin vem na lanterna com 7%.
Quando os eleitores são perguntados em quem poderiam votar,
a situação se inverte: Aécio fica com 42%, em empate técnico com Lula (41%) e
Marina (39%). Serra chegaria a 32% e, Alckmin, a 30%. A soma fica acima de 100%
porque os eleitores poderiam apontar mais de um nome no qual eventualmente
votariam.
O levantamento reflete o crescente descontentamento da
população com a classe política, sem que surjam novas lideranças nos grandes
partidos. É um cenário favorável ao aparecimento de candidatos radicais nos
extremos do espectro partidário, que se apresentam nestas horas como
"salvadores da pátria", sempre um perigo para a democracia.
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