Aos 30 anos, a auxiliar administrativa Denise Silva foi
diagnosticada com câncer de mama em estágio intermediário, quase avançado.
Poucos meses depois, passou pela cirurgia de retirada das mamas. Após diversas
sessões de quimioterapia e radioterapia, voltou à mesa de cirurgia para fazer a
reconstrução dos seios. Neste sábado (10), três anos após o diagnóstico, o
processo de recuperação chega ao fim com a ajuda de uma técnica de tatuagem que
imita o desenho da aréola na mama.
A dona de casa Rosenilde Ribeiro Machado, 53 anos, também
aguardava ansiosa pelo momento em que deitaria na maca para fazer a
reconstituição da aréola da mama direita. Em 2003, ela foi diagnosticada com
câncer de mama em estágio inicial, com um nódulo de aproximadamente 1
centímetro. Dois meses depois, o tumor já tinha aumentado quatro vezes de
tamanho e a retirada do seio precisou ser feita às pressas.
Ao todo, foram cinco anos de tratamento, incluindo cirurgia,
sessões de quimioterapia e radioterapia e tratamento oral. A reconstrução da
mama só teve início oito anos após o diagnóstico. “Eu não quis antes porque, na
época, estava cuidando do meu esposo doente. Aconteceu tudo ao mesmo tempo.
Depois que ele faleceu, fiz a reconstrução. Agora, quero ver o acabamento. A
gente quer a autoestima de volta, quer se cuidar melhor. Com fé em Deus, esse
será o capítulo final”, disse.
O profissional responsável pela reconstituição da aréola em
ambos os casos é o tatuador Cleison Rosa Leite, 38 anos. A proposta surgiu
depois que ele se ofereceu para ajudar algumas amigas que haviam passado pelo
tratamento completo contra o câncer de mama e que tiveram os seios
reconstruídos ao final do processo. “O resultado foi mesmo muito bom e elas me
indicaram para um grupo de amigas que também tiveram a doença”, lembrou.
Atualmente, Leite trabalha em parceria com mastologistas
(responsáveis pela cirurgia de retirada das mamas) e cirurgiões plásticos e
oferece o serviço de reconstituição da aréola sem nenhum custo. Até o próximo
domingo (11), ele participa de um mutirão promovido por profissionais
especializados em tatuagens realistas durante o Brasília Tattoo Festival, no
Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
“A melhor sensação do mundo é quando essas mulheres se olham
no espelho e choram ao ver o trabalho finalizado. Choro junto com elas porque
sei da importância que isso tudo tem para a autoestima de quem enfrentou um
câncer”, contou Leite.
Via - Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário