O início do processo de independência de Catalunha aprovado
hoje pelo parlamento regional abriu um complicado processo em que é previsível
o recrudescimento do conflito em torno dessa comunidade autônoma do nordeste
espanhol.
O governo espanhol, que rejeita a declaração unilateral de
independência, anunciou para amanhã um recurso de ilegalidade ante o Tribunal
Constitucional, enquanto setores independentistas adiantaram que desconhecerão
seu veredito.
O documento para iniciar o processo de desconexão da Espanha
foi aprovado por pontos com um padrão em cada votação de 72 votos a favor, 63
contra e nenhuma abstenção, depois de um debate marcado pela reafirmação de
posições de separatistas e opositores à secessão.
O representante do Partido Socialista de Catalunha
-referente regional do Partido Socialista Operário Espanhol-, Miquel Iceta,
advertiu que a aprovação da proposta situa às instituições catalãs fora da lei.
A moção independentista em vez de abrir vias de diálogo,
fecha portas, ameaça com romper o autogoverno e longe de unir os catalães,
separa-os, expressou Iceta que alertou que devem ser acatadas as resoluções do
Tribunal Constitucional "ainda que não gostemos".
Na opinião de Iceta e outros deputados, a declaração é
ilegal pois nas eleições de 27 de setembro os independentistas receberam 47,8
por cento de apoio, ainda que ganharam maioria parlamentar em virtude dos
mecanismos eleitorais.
Inés Arrimadas, dos partido Cidadãos -segunda força
parlamentar catalã- advertiu que ainda que Espanha não é a Arcadia feliz (em
alusão ao país imaginário descrito por poetas), os catalães devem ser parte das
reformas necessárias e não se separar.
"Não foram capazes de convencer disto a uma maioria de
catalães. Em 27 de setembro contaram-se votos e vocês não ganharam" disse
Arrimadas aos parlamentares independentistas.
Por outro lado, Raul Romeva, de Juntos pelo Sim -a maior
formação separatista- estimou que a declaração dá cumprimento a um mandato
democrático das urnas.
Temos a vontade de iniciar negociações -disse- para a
criação de um estado catalão independente e manifestamos a vontade de pô-lo em
conhecimento do Estado espanhol, a União Europeia e do conjunto da comunidade
internacional.
Na opinião de Romeva só a independência garantirá direitos e
possibilidades para viver melhor.
Com esta moção declaramos solenemente o início do processo
de criação do estado catalão independente em forma de república, expressou o
líder secessionista.
Entretanto, Anna Gabriel Sabaté, da CUP, insistiu que o
primeiro passo para a república catalã acabar com as desigualdades está legitimado
pela votação de 27 de setembro.
Proclamamos nossa insubordinação democrática, dirigimo-nos a
todas as nações do mundo para dizer que unicamente defendemos é o que queremos
para todo mundo, expressou a representante do chamado partido anticapitalista.
Via - Prensa Latina
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