Há mais de 12 anos a oposição tucana, após ser expulsa de um
ciclo de poder de oito, procura com o apoio solidário da mídia um remédio para
voltar a ocupar o Palácio do Planalto e os demais vetustos conservadores.
Para isso é preciso vencer Lula. A qualquer preço. Como não
pode fazer o ex-presidente beber cicuta e, ainda mais, sem um programa
alternativo de governo convincente, a dita oposição sentou-se ao piano para
tocar o samba de uma nota só: corrupção.
Essa hipocrisia moralista remete à célebre observação
entediada de Millôr Fernandes: “Estou cansado de sentar à mesa com corruptos
para falar da corrupção”.
Na continuidade desse objetivo político, os oposicionistas,
sem sucesso, abalados por quatro derrotas na disputa pela Presidência da
República, partiram para o desespero. Resolveram sacrificar os políticos e os
partidos e, para isso, não se importaram em atear fogo às próprias vestes.
A oposição plantou vento e colheu tempestade.
Essa é a tradução mais próxima do resultado apontado pela
recém-publicada pesquisa Ibope, cujo objetivo foi o de perceber o sentimento do
eleitor sobre os prováveis presidenciáveis na eleição de 2018. O resultado está
nos porcentuais elevadíssimos de repulsa aos políticos e, por dedução, à
política.
Lula lidera esse ranking negativo com 55% de rejeição, em
empate quase numérico com José Serra, que tem 54%. Em empate técnico com esses
dois, estão Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, com 52%, seguidos por Marina Silva
com 50% e por Aécio Neves com 47% de rejeição.
Embora a pesquisa foque a rejeição, pode-se projetar o possível resultado nas urnas, se a eleição fosse hoje, a partir da resposta dos eleitores a duas perguntas: a certeza do voto e a possibilidade de votar (tabela).
Embora a pesquisa foque a rejeição, pode-se projetar o possível resultado nas urnas, se a eleição fosse hoje, a partir da resposta dos eleitores a duas perguntas: a certeza do voto e a possibilidade de votar (tabela).
“O resultado da pergunta sobre a certeza do voto,
manifestada pelo eleitor, é, nesse momento, a mais consistente indicação da
pesquisa”, assegura Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope.
Há algumas surpresas no resultado dessa sondagem. A elevada
rejeição a Aécio e a Marina. Ele tinha 32% e Marina 31% em outubro de 2014. Um
aumento de 15% e 19%, respectivamente.
O porcentual de rejeição a Lula, elevada em 22% desde maio
de 2014, é facilmente explicável. Além do intenso ataque da mídia, o
ex-presidente recebe reflexos da crise econômica conjuntural.
Os resultados da pesquisa fazem vislumbrar uma trajetória
para a vitória de Lula maior do que a de seus adversários. O esforço do
desmanche da política e dos partidos beneficia os líderes com capacidade de transferir
e captar votos de diferentes classes sociais. Favorece, assim, a Lula.
Via Altamiro Borges
Nenhum comentário:
Postar um comentário