sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O riacho é como a gente

Uma pequena poesia para estes dias de enchente nos rios de nossa região.


Por *José Fernandes de Oliveira

Como o riacho que vai se unir ao mar
Vou para a casa do Pai sem descansar
Nossas histórias iguais são por demais
Quem sabe aonde chegar pode bem mais

Água pequena desceu, cantarolou
Rochedo a interrompeu, ela o cavou
Homem tentou impedir, ela cresceu
Homem temeu sucumbir, água venceu

Nuvem choveu lá no céu, água subiu
Desceu fazendo escarcéu, tornou-se um rio
Homem tentou impedir, ele cresceu
Homem deixou água ir, luz acendeu

Rio viu povo morrer buscando pão
Rio deixou-se prender regando o chão
Deu sua força a beber, participou
Ao ver a vida crescer, continuou

Água jamais aceitou silenciar
Água jamais descansou sem ver o mar
Nem cataclismo impediu tal vocação
E ninguém vai impedir meu coração

*Padre Zezinho!


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