quarta-feira, 16 de março de 2016

PARAÍSO DO NORTE - Autores de linchamento não foram identificados

“O silêncio das testemunhas está atrapalhando as investigações. Necessitamos da colaboração para chegar até as pessoas que participaram do homicídio”, disse o delegado.


Várias pessoas foram ouvidas sobre a morte do caminhoneiro assassinado no último dia 23 após ser acusado de abusar sexualmente de uma menina de seis anos. Por enquanto nenhuma delas divulgou o nome de alguém que possa ser indiciado pelo linchamento.

O delegado Clóvis Papa explicou que durante os depoimentos ficou claro que dezenas de pessoas estavam no local do crime, porém, até o momento nenhum nome foi formalmente denunciado.
“O silêncio das testemunhas está atrapalhando as investigações. Necessitamos da colaboração para chegar até as pessoas que participaram do homicídio”, disse o delegado.

Papa afirmou que as pessoas envolvidas na agressão ao caminhoneiro serão indiciadas por homicídio qualificado. As penas serão individualizadas de acordo com a participação e poderão ser de 12 a 30 anos de prisão.

RELEMBRE - O caminhoneiro era tio-avô da menina. Os agressores se revoltaram porque ouviram boatos que ele teria sido flagrado dentro da cabine de seu caminhão com a menina de seis anos e o irmão de três anos.
Na ocasião circulou um segundo vídeo nas redes sociais em que mostrava o caminhoneiro já agredido. Ele agonizava no chão junto a uma poça de sangue. O vídeo não mostra ninguém agredindo o caminhoneiro e a impressão é que as pessoas esperam o socorro médico.

A polícia chegou até o local onde a vítima foi agredida depois de receber um telefonema anônimo pedindo socorro. Uma equipe de socorristas levou o ferido até o Hospital Municipal e em seguida aconteceu a transferência para a Santa Casa de Paranavaí. Ele morreu um dia depois da agressão.

O exame de necropsia realizado no IML de Paranavaí apontou traumatismo craniano como a causa da morte. O caminhoneiro não possuía passagens policiais.
Dias depois da morte o laudo do exame de corpo e delito realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Paranavaí não apontou para nenhuma lesão física na menina de seis anos, porém, não foi totalmente descartado o abuso sexual.

Isso só será possível depois que sair o laudo emitido pela psicóloga que atendeu a criança. De qualquer forma, a acusação de abuso sexual foi arquivada porque o motorista morreu.

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