sexta-feira, 18 de março de 2016

Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares repudia tentativa de “golpe jurídico-midiático”

“Diante desta realidade conjuntural, a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares posiciona-se contra esta agenda político-econômica, por oferecer risco à manutenção do Estado de Direitos, e contra o Golpe que pretende quebrar a ordem democrática como primeiro passo para subjugar as classes subalternas deste país!”
A Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares soltou uma nota em que analisa o atual momento político do país e repudia a tentativa de “golpe jurídico-midiático” em curso no Brasil.

Para a Rede, há objetivo claro nestas movimentações das forças conservadoras do país, que seria “domesticar as forças que propõem um projeto soberano de país”, querendo “desmontar a Petrobrás, privatizar a Caixa Econômica Federal, abocanhar os recursos da Previdência e desatrelar os gastos obrigatórios com os direitos sociais”.

Quanto à saúde, afirmam que “esta agenda pode agravar ainda mais o quadro de subfinanciamento do Sistema (de saúde pública), levando ao completo caos na Saúde com fechamento de estabelecimentos, fim do Programa Mais Médicos para o Brasil, ampliação da privatização e aumento da desassistência já bastante grave”.

“Não podemos tergiversar em cerrar fileiras na defesa da Democracia que custou tanto às gerações que nos antecederam. Assim como a Frente Brasil Popular – da qual somos orgulhosamente membros – também defendemos uma mudança Radical na política econômica, a proteção dos interesses da Soberania Nacional com a Defesa da Petrobrás e a retomada de uma agenda de crescimento com aumento dos Orçamentos para as políticas públicas como Educação, Reforma Agrária, Seguridade Social, políticas de inclusão social, etc”.

Confira a íntegra da nota:

Nota Pública da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

Resistiremos ao Golpe! Em Defesa da Democracia e dos Direitos Sociais!

Desde o pleito de 2014 evidenciou-se o tensionamento de dois projetos políticos para o país. Um, vitorioso, significaria continuidade da tentativa de desenvolvimento soberano com mitigação das desigualdades e avanço na democratização ao acesso de oportunidades para ascensão social. O outro, derrotado, traduziria na submissão do País a uma agenda restrita e sequestradora das conquistas e garantias, com sinalização evidente ao capital financeiro e aos interesses estrangeiros.

Entretanto, poucos dias após a vitória, numa das eleições mais polarizada da Nova República, a Presidenta Dilma Rousseff cedeu aos interesses econômicos postos pela agenda derrotada, tentando assim repactuação nacional pós-eleitoral, oferecendo espaço para a agenda conservadora no plano da economia. Esta movimentação foi a parteira do ajuste fiscal, de retiradas dos direitos de trabalhadores e, mais recentemente, da propalada Reforma da Previdência. Na área da saúde, a política de “entregar os anéis” custou a concessão do Ministério da Saúde para o PMDB, numa tentativa de garantir maioria parlamentar e barrar o processo do Impeachmeant.

Não bastassem estes recuos no âmbito do Executivo, tivemos a eleição do parlamento mais conservador desde a redemocratização, fazendo avançar numa velocidade jamais vista a agenda conservadora no legislativo. Projetos que atacam a soberania nacional – como o de José Serra, que acaba com a Lei da Partilha na exploração do Pré-sal – e os direitos sociais – como os projetos contra a contracepção de emergência e assistência ao abortamento, redução da maioridade penal, legalização das terceirizações e restrição de direitos à população LGBTT – são alguns dos inúmeros exemplos. Na área da Saúde, além das derrotas na pauta do orçamento e na abertura à entrada do Capital Estrangeiro, inclusive com anuência do Governo Dilma está em tramitação também a PEC 451 de autoria do deputado Eduardo Cunha, tiro de morte no Sistema Único de Saúde. Não há dúvidas de que Cunha é a síntese deste parlamento degenerado e conservador, eleito em 2014 com o dinheiro das grandes empresas.

Soma-se à esta onda conservadora que enfrentamos no cenário nacional, o contexto internacional, também de avanço do conservadorismo. Na Europa crescem as reações xenófobas e facistas aos imigrantes que chegam ao continente justamente pelas guerras criadas pelos Estados Europeus e Norte-Americano nos países Africanos e do Oriente Médio em busca de Petróleo. A agenda global de Austeridade dá o tom do “ajuste fiscal” para todas as economias mundiais, criando amplos movimentos de reformas constitucionais, as quais têm tentado destruir a agenda de Pacto Social do pós-guerra. Boa parte dos Sistemas de Saúde Europeus, que são referência para o mundo inteiro, estão em crise e correndo sério risco de desmonte.

Destacamos este contexto pois nenhuma agenda Golpista no Brasil pode ser entendida sem que se observem estes pressupostos. Há uma agenda por trás do Golpe em curso no Brasil que tem um claro objetivo: domesticar as forças que propõem um projeto soberano de país! Querem desmontar a Petrobrás, privatizar a Caixa Econômica Federal, abocanhar os recursos da Previdência e desatrelar os gastos obrigatórios com os direitos sociais. Quem tiver dúvidas da nova agenda, basta observar o Programa Político contido no documento “Ponte para o Brasil” do PMDB. No que tange à Saúde, esta agenda pode agravar ainda mais o quadro de subfinanciamento do Sistema, levando ao completo caos na Saúde com fechamento de estabelecimentos, fim do Programa Mais Médicos para o Brasil, ampliação da privatização e aumento da desassistência já bastante grave!

A Agenda golpista encontra qualquer tipo de expediente para se desatar, e em nosso país se abraçou do apelo ao combate à “corrupção” de forma genérica e ao mesmo tempo seletiva, recurso utilizado desde a época de Getúlio Vargas. Hoje o que se vê é a tentativa de linchamento público de um partido (o PT) e da mais importante liderança social do País nas últimas décadas (Lula), pois os inimigos do povo sabem que destruindo estes dois pilares da resistência, conseguirão seu objetivo com facilidade. Porém se engana quem acredita que a ofensiva conservadora se contentaria em acabar com o PT e Lula, pois em seu bojo vem se criando na sociedade um profundo sentimento anti-solidário e de desrespeito aos preceitos mínimos da Democracia. Esta ofensiva é contra os valores de solidariedade defendidos pelo conjunto da esquerda! Nunca se tratou de realmente fazer uma “limpeza” na parte apodrecida do sistema político brasileiro! Esta é uma narrativa para tentar ganhar a opinião pública ludibriando-a!

O Golpe jurídico-midiático em curso está claro! Não podemos tergiversar em cerrar fileiras na defesa da Democracia que custou tanto às gerações que nos antecederam. Assim como a Frente Brasil Popular – da qual somos orgulhosamente membros – também defendemos uma mudança Radical na política econômica, a proteção dos interesses da Soberania Nacional com a Defesa da Petrobrás e a retomada de uma agenda de crescimento com aumento dos Orçamentos para as políticas públicas como Educação, Reforma Agrária, Seguridade Social, políticas de inclusão social, etc.

Diante desta realidade conjuntural, a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares posiciona-se contra esta agenda político-econômica, por oferecer risco à manutenção do Estado de Direitos, e contra o Golpe que pretende quebrar a ordem democrática como primeiro passo para subjugar as classes subalternas deste país!

Nenhum Passo Atrás! Resistiremos ao Golpe!
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

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