quarta-feira, 27 de abril de 2016

Não vamos pagar a conta da crise

"Diante da crise fiscal, os governos têm proposto cortes em saúde, educação, cultura, habitação, transporte, programas sociais, direitos previdenciários e trabalhistas da maioria do povo em prol de uma minoria com muito poder político e muito dinheiro."


Por POEMA - POLÍTICA ECONÔMICA DA MAIORIA

Grandes empresários desfilam pintados de verde-amarelo como defensores dos interesses da maioria, como se, no geral, eles não pagassem menos impostos que os mais pobres e como se muitos deles não fossem grandes sonegadores.

As trabalhadoras e trabalhadores, que efetivamente pagam o pato e que deveriam ter com isso um retorno sob a forma dos direitos sociais, se veem impotentes ou desconhecem o desvio desses recursos para o pagamento da dívida pública. Assim, o "ajuste das contas" para pagar a banqueiros e rentistas uma dívida imoral e ilegal passa nos noticiários como se fosse interesse de toda a sociedade.

Face a isso, surge a Política Econômica da Maioria (POEMA), movimento autônomo que irá lutar por justiça social por meio da difusão e popularização de medidas fiscais e tributárias que financiem os direitos.

Num país em que 5% da população detém mais riqueza do que os 95% restantes, lutaremos pela organização da maioria em prol de seus próprios interesses.

Lutaremos por uma Reforma Fiscal que ataque os grandes sonegadores de impostos e que altere a política de cobrança das dívidas ativas. Estima-se que o Brasil deixe de recolher em torno de R$ 500 bi por ano por causa da sonegação, e a classe trabalhadora não sonega impostos, pois contribui por meio do consumo e de desconto em folha de pagamento. Não é aceitável que o Estado fale grosso com a maioria que luta por direitos e fale fino com a minoria que lhe deve quantias bilionárias.

Outra medida fiscal central será uma auditoria da dívida pública para identificar o que é ou não devido em uma dívida que quanto mais pagamos mais cresce, tendo consumido só no ano passado mais de R$ 510 bilhões em juros (o que equivale a mais que o dobro de tudo o que foi gasto com saúde e educação somados).

Não faltam opções para que o governo sane o déficit de R$ 30,5 bi previsto para 2016 em suas contas sem sacrificar o que é de interesse da maioria!

Lutaremos também por uma Reforma Tributária que produza maior arrecadação de quem tem mais, menos de quem tem menos e que financie o bem-estar da maioria, que é a população trabalhadora que faz com que tudo funcione e merece uma vida digna.

Lutaremos para que os movimentos sociais combativos tenham maior participação na confecção dos orçamentos públicos e maior controle de sua execução, medidas indispensáveis para que alcancemos uma democracia de verdade.

Lutaremos junto às pessoas comuns, pela vida em comum e em comunhão com os movimentos sociais de sem-teto, sem-terra, estudantes, professores e professoras de escolas públicas, trabalhadores e trabalhadoras da saúde pública e da assistência social. Lutaremos ao lado de todos os que dependem de serviços públicos, gratuitos e de qualidade e que contribuem para isso, mas para quem o Estado costuma estender o braço repressor ao invés da mão que auxilia. Lutaremos ao lado dos que lutam por um transporte público de verdade, até o fim da última catraca. Lutaremos junto às populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas que lutam por demarcação de terras. Lutaremos junto às trabalhadoras negras, que são as que mais pagam impostos, que são chefes de família e que são as que recebem os mais baixos salários. Lutaremos ao lado dos gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e travestis, pois somos indiferentes às diferenças e lutaremos por igualdade real entre todos e todas.

Se nada disso for atendido, se nossa agenda for distorcida pelos poderosos ou se dessa luta apenas conseguirmos migalhas, ainda assim continuaremos lutando, movidos pela urgência da justiça e seguros de nossa imensa desilusão.

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POEMA - POLÍTICA ECONÔMICA DA MAIORIA


Para mais informações: www.poema.info

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