sábado, 21 de maio de 2016

Até tu Brutus?


As vezes o poder dá a quem o tem, a ilusória sensação de ser intocável. A posição confortável e invejável desperta no indivíduo o ilusionismo de ser imbatível, tornando-se assim um inconseqüente.

Foi assim com Julio César, o maior homem da Roma republicana e expansionista. Em seus melhores dias, César adquiriu status, títulos, poder e popularidade. Motivado pelo conforto de seus privilégios, César passou a não medir as conseqüências de suas ações, não se deu conta que suas atitudes despertavam perículosa ira e a mais cega inveja em seus subordinados mais próximos.

Numa fatídica tarde, em pleno senado romano, caía por terra, de forma imbecil, o homem mais poderoso de Roma. César, aquele que se julgou Deus, ditador perpétuo, o amante da rainha Cleópatra do Egito, poderoso, temido, foi assassinado por senadores com estocadas de punhais, dentre os agressores, Brutus, seu próprio filho.

Quando César se deu conta de que ali era o fim de sua jornada, fitou com as vistas turvas seu filho entre seus algozes e balbuciou estas últimas palavras:


“Até tu Brutus, meu filho”?


Esta frase sobreviveu aos tempos, tendo a conotação de decepção, desapontamento e admiração negativa.

Sendo assim, nos atentemos ao exemplo de César, para policiarmos nossos atos, para quando formos líderes, chefes ou senhores, sejamos convenientes, providos de noção e cientes dos nossos limites.

Saibamos que a humildade, a ponderação e a cautela, são degraus que destinam à sabedoria, estes são alicerces fortes que edificam grandes homens. A prudência, os pés no chão, são componentes, complementares de sábias consciências. Não esqueçamos a humildade, atentemos para o fato de que para todas as coisas, são estabelecidos limites. Cuidado para não inflamarmos a ira e o desgosto de outros, pois toda ação produz reação.

Não nos iludamos com o abuso, com o fazer e acontecer, há ainda muitos César, mas também há muitos senadores e Brutus, ávidos, prontos para fazer cair por terra todos os "Césares" inconseqüentes e que erroneamente se julgam imbatíveis.


Por: Mateus Brandão de Souza.

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