O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao
Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que sejam abertos inquéritos
contra vários políticos no âmbito da Operação Lava Jato, com base na delação
premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS).
Os pedidos envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um
dos principais defensores da queda da presidente Dilma Rousseff, e a cúpula do
PMDB no Senado, incluindo nomes como Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA),
Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros (AL), presidente da Casa.
Contra Aécio, há duas linhas de investigação: uma envolvendo
suposto recebimento de propina de Furnas, e outra sobre a acusação de que o
tucano maquiou dados do Banco Rural em CPI no Congresso para esconder
irregularidades envolvendo o PSDB - neste caso, também deverá ser investigado o
deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que segundo Delcídio, sabia da maquiagem dos
dados.
Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF,
determine abrir as investigações, Aécio, que é presidente nacional do PSDB,
passará a ser oficialmente investigado no caso do esquema de corrupção da
Petrobras.
Leia mais na reportagem da Reuters:
PGR pede abertura de inquérito ao STF contra Aécio, Marco
Maia e Vital do Rêgo
(Reuters) - A Procuradoria-Geral da República (PGR)
solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para investigar o
senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Marco Maia (PT-RS) e o ministro do
Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo com base em denúncias feitas
pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) em delação premiada, informou
a PGR nesta segunda-feira.
O pedido de investigação feito pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, contra Aécio envolve acusação de recebimento de
propina relativa à estatal de energia Furnas, enquanto as denúncias contra Maia
e o ex-deputado Vital do Rêgo dizem respeito à CPMI da Petrobras em 2014, de
acordo com a PGR.
Delcídio, ex-líder do governo no Senado que foi preso em
novembro do ano passado acusado de tentar obstruir as investigações da operação
Lava Jato, disse em sua delação premiada que Marco Maia, seu ex-colega no PT, e
o ex-deputado do PMDB Vital do Rêgo, que foi presidente da CPMI, cobravam
propina para barrar investigações contra empreiteiros envolvidos na Lava Jato.
Sobre Aécio, que é presidente nacional do PSDB, Delcídio
afirmou que o senador era um dos políticos beneficiados de um esquema de
corrupção em Furnas semelhante ao descoberto na Petrobras.
Quando a delação de Delcídio foi divulgada pelo STF, a
assessoria de imprensa de Aécio negou a acusação.
Procurado pela Reuters, o TCU não tinha comentários de
imediato nesta segunda-feira sobre a investigação envolvendo o ministro Vital
do Rêgo. O deputado Marco Maia não foi localizado de imediato para comentar.
Delcídio foi preso no ano passado acusado de tentar obstruir
os trabalhos da Lava Jato após ser flagrado em uma gravação oferecendo
dinheiro, influência junto ao Judiciário e até uma rota de fuga para favorecer
o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em troca do silêncio dele na Lava
Jato.
O parlamentar foi solto em fevereiro e fechou acordo de
delação premiada com os procuradores da Lava Jato, em que fez acusações a
vários políticos, entre eles a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, além de Aécio Neves e outros nomes.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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